Um relatório do grupo de defesa Liga Anti-Difamação (ADL), divulgado nesta quarta-feira, 25, revelou que incidentes de antissemitismo nos Estados Unidos aumentaram quase 400% desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, que eclodiu depois que os militantes islâmicos invadiram o sul do país em 7 de outubro.
Os dados indicaram um crescimento de 388% em incidentes de ódio contra judeus em território americano entre os dias 7 e 23 de outubro, em relação ao mesmo período do ano anterior. O relatório foi divulgado em um momento em que autoridades americanas aumentaram o monitoramento de ameaças internas devido ao conflito no Oriente Médio.
“Quando o conflito irrompe em Israel, logo ocorrem incidentes antissemitas nos Estados Unidos e no mundo”, disse o CEO da ADL, Jonathan Greenblatt, pedindo para que as autoridades forneçam segurança e apoio às comunidades judaicas no país.
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O Centro sobre Extremismo da ADL afirmou que, segundo informações preliminares, ao menos 312 incidentes de antissemitismo foram relatados nos Estados Unidos de 7 a 23 de outubro, incluindo assédio, vandalismo e agressão física. Deles, cerca de 190 estavam diretamente conectados à guerra entre Israel e o Hamas.
No mesmo período de 2022, o grupo de defesa registou 64 incidentes antissemitismo no país, dos quais quatro estavam ligados a Israel.
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Entre os exemplos citados pela ADL, estavam acusações de agressão física, mensagens violentas nas redes sociais – especialmente no aplicativo de mensagens Telegram – e até comícios onde “a ADL encontrou apoio explícito ou implícito ao Hamas e/ou violência contra judeus em Israel”.
O antissemitismo, porém, já estava em trajetória de alta nos Estados Unidos antes de eclodir a guerra no Oriente Médio. No ano passado, foram registrados quase 3.700 casos de crimes de ódio contra judeus, um recorde na série histórica da ADL, que começou em 1979.
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse estar monitorando a ameaças elevada contra judeus e muçulmanos em meio ao conflito Israel-Hamas. O presidente americano, Joe Biden, condenou tanto o antissemitismo quanto a islamofobia em pronunciamento recente.
O ataque do Hamas em 7 de outubro matou mais de 1.400 pessoas, enquanto os ataques aéreos de Israel em Gaza, com o objetivo de destruir o grupo terrorista, já mataram mais de 6 mil palestinos até esta quarta-feira, segundo o Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas – dados que não puderam ser confirmados por órgãos independentes.