O epidemiologista americano Anthony Fauci, que liderou os esforços de combate à Covid-19 nos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira, 22, que irá se aposentar. Em julho, ele já havia afirmado que deixaria até o fim do mandato de Joe Biden seus cargos como assessor da Casa Branca na área da Saúde e diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, onde ficou 38 anos.
“Foi a honra de uma vida ter liderado o NIAID”, afirmou Fauci, em comunicado sobre seu tempo à frente do instituto.
Após o anúncio, Biden agradeceu o médico por seu “espírito, energia e integridade científica”.
+Anthony Fauci: Governantes, vacinem-se
“Os Estados Unidos estão mais fortes, mais resiliente se mais saudáveis por causa dele”, afirmou.
Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA em abril do ano passado, Fauci defendeu a importância da vacinação para o combate da pandemia e ressaltou que líderes mundiais, como o presidente Jair Bolsonaro, precisam ir além de só tomar a vacina, têm que fazer propaganda das vantagens da imunização.
O médico de 81 anos ocupa o cargo de diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) desde 1984 e recentemente ganhou os holofotes sobretudo quando se opôs ao discurso negacionista de Donald Trump, então presidente.
A decisão de se aposentar em breve contrasta com uma entrevista em novembro do ano passado, quando disse que isso não era “nem mesmo remotamente contemplado”. Ainda assim, mesmo deixando o serviço governamental, Fauci disse que continuará trabalhando de alguma forma.
“Vou continuar trabalhando porque ainda tenho muita energia e paixão pela saúde pública e pela saúde pública global”, afirmou.
Além do sucesso com a campanha de vacinação contra a Covid-19 nos Estados Unidos, o infectologista de 81 anos foi fundamental para tirar o estigma sobre o HIV nos anos 80.