Ano letivo tem ‘fim trágico’ na Ucrânia com mais de 500 escolas destruídas
Dados da Unicef revelam impacto da guerra sobre a educação de 7,5 milhões de crianças e adolescentes ucranianas
Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na última terça-feira, 3, revelam o impacto que a guerra entre Ucrânia e Rússia está causando à educação dos mais de 7,5 milhões de crianças e adolescentes ucranianos.
“O início do ano letivo na Ucrânia foi de esperança e promessa para as crianças após as interrupções do Covid-19”, disse Murat Sahin, representante do Unicef na Ucrânia. “Em vez disso, centenas de crianças foram mortas e o ano letivo termina em meio ao fechamento de salas de aula devido à guerra e à dizimação de instalações educacionais”, lamentou Sahin.
Segundo a organização, centenas de escolas em toda a Ucrânia foram atingidas por artilharia pesada, ataques aéreos e outras armas explosivas em áreas populosas, ressaltando o “impacto dramático que o conflito está tendo na vida e no futuro das crianças”. O Ministério da Educação e Ciência do país governado por Volodymyr Zelensky relatou danos a mais de 500 instalações de ensino desde o início do conflito.
A morte e o deslocamento de menores de idade também têm sido uma grande preocupação para a agência da infância da ONU. Mais de 5,4 milhões de refugiados fugiram da Ucrânia até 1º de maio, cerca de metade deles eram crianças, de acordo com os dados mais recentes da organização. O Ministério da Defesa ucraniano estima que pelo menos 148 crianças foram mortas desde o início da invasão russa.
A agência também alertou que as crianças que fogem da violência na Ucrânia correm maior risco de se tornarem vítimas de tráfico humano e exploração.
“As crianças continuam sendo mortas, feridas e profundamente traumatizadas pela violência ao seu redor”, disse a representante do órgão, acrescentando que a crise humanitária em curso terá “consequências duradouras para as próximas gerações”.
O Unicef destacou que, para as crianças afetadas, a escola oferece não apenas um espaço seguro e “uma aparência de normalidade nos momentos mais difíceis”, mas também conectam as famílias a serviços de saúde e psicossociais.
Em apelo pelo fim da guerra, a agência internacional afirmou que “a luta precisa parar para que as salas de aula possam ser reconstruídas e as escolas possam ser lugares seguros e divertidos para aprender novamente”.
A agência também pediu que os lados em conflito tomem medidas para evitar o uso de armas explosivas em áreas povoadas e o uso de instalações educacionais para fins militares. Crianças e escolas devem ser protegidas de acordo com o direito internacional humanitário, acrescentou a organização.