Anistia Internacional acusa Israel de violação de direitos humanos em Gaza
Segundo a organização, o uso de armas de fogo nos confrontos contra os palestinos configura “uma abominável violação” dos direitos internacional e humanos
A organização Anistia Internacional (AI) pediu para que Israel acabe imediatamente com a repressão a tiros aos protestos na Faixa de Gaza, que já deixou pelo menos 52 palestinos mortos. Segundo a organização, está é uma “violação abominável” dos direitos humanos.
“Estamos assistindo a uma abominável violação do Direito Internacional e dos direitos humanos”, afirmou a ONG com sede em Londres, insistindo para que “isso tem que acabar imediatamente”.
Muitas das vítimas “registram ferimentos na cabeça e no peito (…) com munição real”, lamentou a Anistia, sobre a repressão dos protestos contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém.
A embaixada americana em Jerusalém foi inaugurada nesta segunda-feira, o que significa que Washington a reconhece, de fato, como capital de Israel, uma reivindicação israelense não reconhecida pelas resoluções da ONU e pela maioria da comunidade internacional. Diversos países, inclusive, boicotaram a cerimônia de inauguração.
Segundo as autoridades palestinas, pelo menos 500 manifestantes ficaram feridos, 35 deles por disparos de armas de fogo. As Forças Armadas israelenses acusaram o Hamas, que controla Gaza, de instigar os palestinos a tentar violar a fronteira de Israel e disseram que soldados israelenses usaram munição real para detê-los.
“É outro exemplo horroroso do uso excessivo da força do Exército israelense e de munição real de um modo deplorável”, afirmou o diretor da ONG para Oriente Médio e o norte da África, Philip Luther, no comunicado da Anistia. “Embora alguns manifestantes tenham recorrido a algum tipo de violência, isso não justifica o uso de munição real”.
(Com AFP)