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Alemanha anuncia novo confinamento para frear terceira onda de Covid-19

Medidas visam conter a crescente nos números de casos após nova onda do vírus atingir o continente europeu

Por Da Redação Atualizado em 25 mar 2021, 20h59 - Publicado em 23 mar 2021, 14h25

A Alemanha anunciou novas medidas de confinamento após o país voltar a registrar alta no número de casos de Covid-19. Em reunião que durou quase 12 horas, a chanceler Angela Merkel e governadores dos 16 estados demoraram para chegar a um consenso, que culminou num rígido confinamento que terá duração de cinco dias durante a Semana Santa.

Com as novas restrições, ficou decretado que a maioria do comércio ficará fechado e os serviços religiosos serão cancelados. Além disso, no dia 3 de abril, só lojas de comida poderão abrir As medidas anunciadas desde o ano passado permanecerão em uso até pelo menos o dia 18 de abril.

As taxas de contágio do novo coronavírus aumentaram muito no último mês na Alemanha, logo após um relaxamento em fevereiro. De acordo com a chanceler, o principal motivo é a nova variante britânica.

“Temos um novo vírus. É muito mais letal, muito mais infeccioso e contagioso por muito mais tempo. Estamos em uma corrida para levar a vacinação adiante”, disse Merkel em coletiva.

Dentre as novas recomendações está a obrigatoriedade na realização de testes de Covid-19 para viajantes que retornarem ao país, além da recomendação para que seus habitantes não viajem ao exterior. Já internamente, estão autorizadas as visitas de no máximo cinco pessoas de duas casas diferentes.

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A longa reunião, que só foi terminar na madrugada da última segunda-feira, 22, precisou ser interrompida por várias vezes até a sua conclusão. Segundo a imprensa alemã, alguns líderes regionais – em especial do norte do país, onde são menos partidários às restrições – pressionavam por medidas mais brandas e para a autorização do turismo interno, enquanto Merkel defendia uma abordagem mais dura.

Os casos ultrapassaram o chamado “freio de emergência”, de 100 registros por 100 mil habitantes, pelo segundo dia consecutivo. Mais da metade dos estados estão acima do limite, permitindo assim que as autoridades possam tornar mais rígidas as medidas. De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), a agência epidemiológica alemã, a incidência acumulada nos últimos 14 dias é de 108,1 novos casos de infecção por cada 100 mil pessoas, com tendência alta.

A piora da pandemia também liga o alerta aos especialistas sanitários, que temem um colapso no sistema de saúde se o crescimento continuar nesse ritmo. Apenas nesta terça-feira, 23, mais de três mil alemães estão internados na UTI, o maior número em um mês.

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Além das questões sanitárias, Angela Merkel também enfrenta outros problemas ligados à pandemia. As revelações de que membros do bloco da chanceler lucraram com contratos para o fornecimento de produtos médicos ameaçam a implementação da estratégia de contenção do vírus.

No fim de semana, a imprensa alemã questionou a ligação do ministro da Saúde, Jens Spahn, com acordos para compra de máscaras. De acordo com o Der Spiegel, a empresa de seu marido teria vendido cerca de quinhentas mil máscaras ao ministério. Além disso, um novo confinamento representa um duro golpe para a população já cansada da pandemia, com pesquisas indicando um descontentamento cada vez maior.

A Alemanha segue a tendência de países como Itália e França, que também aumentaram as medidas restritivas em seus territórios. Na última semana, os franceses anunciaram novas restrições para tentar frear a terceira onda que atinge o continente, dentre elas a proibição de viagens num raio maior do que 10 quilômetros, além da proibição de viagens interregionais, exceto por “motivos profissionais e convincentes”.

A União Europeia tem apresentado dificuldades em vacinar sua população, com uma série de escolhas que atrasaram todo o processo. Até o momento, apenas 8,9% da população do bloco recebeu pelo menos uma dose da vacina, segundo levantamento da Bloomberg, número bem inferior em relação aos seus similares, como Estados Unidos e Reino Unido, que aplicaram a primeira dose em 25% e 42% da população, respectivamente.

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