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Adesão da Síria deixa EUA como único país fora do Acordo de Paris

O acordo foi assinado por Barack Obama, mas Donald Trump anunciou em junho passado sua decisão de retirar o país do pacto

Por AFP
Atualizado em 4 jun 2024, 20h02 - Publicado em 7 nov 2017, 21h16

A Síria anunciou nesta terça-feira na cúpula da COP23, na Alemanha, sua intenção de entrar no Acordo de Paris sobre o clima. A decisão surpreendente do país, que está há seis anos em guerra, torna os Estados Unidos a única nação do mundo disposta a permanecer fora do pacto.

Em 22 de outubro, o Parlamento sírio adotou um projeto de lei para ratificar o Acordo de Paris, em “conformidade com a Constituição síria, que estipula a necessidade de proteger o meio ambiente”, anunciou um representante do país na convenção da ONU.

Segundo um porta-voz do evento, Damasco deverá apresentar seus instrumentos de ratificação ante à ONU em Nova York. Assim, a Síria se tornará o 197º país a se unir ao acordo, que já foi ratificado por 169 Estados e que entrou em vigor menos de um ano depois de sua assinatura em Paris, em dezembro de 2015.

A Síria está presa em uma guerra civil desde 2011. Como seu governo é alvo de sanções europeias e americanas, seus líderes não puderam enviar representantes para negociar a assinatura do acordo antes. Ainda não está claro o que mudou, e o delegado que anunciou a decisão nesta terça não forneceu mais explicações para a mudança de posição da administração síria.

Contudo, segundo Cynthia Elliott, do think tank americano WRI, organização observadora no processo de negociação do acordo, os sírios acreditam que todos os países devem ter sua própria responsabilidade com o meio ambiente, mas lembraram que devem “se concentrar em suas prioridades nacionais, incluindo a reconstrução no pós-guerra”.

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Isolamento americano

O acordo tinha sido apoiado, assinado e ratificado pelos Estados Unidos sob o governo de Barack Obama, mas o presidente Donald Trump, eleito em 2016, anunciou em junho passado sua decisão de retirar o país do pacto, por considerá-lo prejudicial aos interesses nacionais.

O Acordo de Paris busca prevenir um aumento maior do que 2 graus célsius na temperatura média global.

Com a decisão da Nicarágua, em outubro passado, de assinar o acordo, que inicialmente tinha considerado insuficiente, e com a adesão da Síria, Washington fica sozinho em sua crítica ao pacto. De acordo com o texto, no entanto, a saída americana só poderá ser efetiva a partir de 4 de novembro de 2020.

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“Os Estados Unidos estão isolados”, indicou Alden Meyer, especialista do think tank americano Union of Concerned Scientist. “Sobre esse tema do clima, ninguém quer estar do lado de Donald Trump, que se encontra em um esplêndido isolamento”.

“Quando até mesmo a Síria, com todos os seus problemas, compreende a importância de um acordo climático mundial, isto mostra como o Partido Republicano nos Estados Unidos está comprometido ideologicamente com a negação climática”, disse Mohamed Adow, da ONG Christian Aid.

Os Estados Unidos são atualmente o segundo maior emissor mundial de gases de efeito estufa, e o primeiro em termos históricos. Uma delegação americana está participando dos debates sobre as regras de aplicação do acordo na COP23, que acontece até 17 de novembro, “a fim de proteger os interesses” do país, segundo o Departamento de Estado.

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