O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou a guerra em Gaza de “justa e moral” após ter sido acusado de cometer “atos de genocídio” pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, o órgão judicial mais importante da Organização das Nações Unidas. De acordo com o Hamas, grupo islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza, as operações de Israel no território já mataram quase 22.000 pessoas — em sua maioria crianças e mulheres — desde 7 de outubro, quando se deu início ao conflito em resposta aos ataques do Hamas em um festival de música eletrônica, que terminara com cerca de 1.140 civis mortos, além de 250 reféns. “Continuaremos com nossa guerra defensiva, cuja justiça e moralidade são incomparáveis”, declarou Netanyahu neste domingo, 31, durante uma reunião de seu governo.
A Corte Internacional de Justiça havia anunciado na sexta-feira, 29, que a África do Sul tinha entrado com um pedido para julgar Israel por envolvimento em “atos de genocídio contra o povo palestino em Gaza”. Na queixa de 84 páginas divulgada pela CIJ, com sede em Haia, Pretória, a capital da África do Sul, afirma que “os atos e omissões de Israel são de carácter genocida, pois são acompanhados pela necessária intenção específica de destruir os palestinianos de Gaza como parte do grupo nacional, racial mais amplo e étnica dos palestinos ”.
“Não, África do Sul, não fomos nós que viemos aqui para cometer genocídio, foi o Hamas. Ele nos mataria se pudesse”, rebateu Netanyahu neste domingo, acusando a capital do país, Pretória, de espalhar “mentiras”.
Israel começou sua operação militar na Palestina em resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro, quando milicianos do Hamas atacaram o festival Universo Paraello, realizado próximo da Faixa de Gaza — alguns brasileiros estão na lista de fatalidades. De acordo com governo liderado por Benjamin Netanyahu, metade dos 250 reféns israelenses ainda não foram libertados pelo Hamas.