Abertura da Olimpíada pode mudar se houver ameaça terrorista, diz Macron
Presidente francês afirmou que "existem planos B e C" para o evento de abertura
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira, 15, que a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024, prevista para acontecer em 26 de julho no Rio Sena, pode ser transferida para outro local caso haja risco elevado de um ataque terrorista. A declaração acontece após repetidas alegações das autoridades olímpicas francesas de que um plano B para o evento não existia.
“Se pensarmos que existem riscos, dependendo da nossa análise do contexto, temos cenários alternativos. Existem planos B e C e estamos preparando-os em paralelo”, disse o presidente francês. Segundo ele, as avaliações de segurança irão determinar o futuro da abertura dos Jogos.
As alternativas apresentadas pelo presidente são uma cerimônia reduzida no Trocadéro, área em frente à Torre Eiffel, sem utilizar o Rio Sena inteiro, ou no Stade de France, “que é o que tem sido feito tradicionalmente”, disse Macron.
Apesar da incerteza em relação ao espetáculo de abertura, Macron assegurou que os organizadores iriam continuar planejando uma cerimônia “pioneira no mundo”. Um público de mais de 300 mil pessoas é esperado para o evento.
Medidas de segurança
A França está em alerta de segurança máxima desde o ataque a uma casa de shows nos arredores de Moscou no mês passado, que deixou 144 mortos e dezenas de feridos. Por causa de um possível risco, o presidente francês pediu que 45 países enviassem apoio policial à França durante a Olimpíada de Paris como alternativa para reforçar a segurança.
Um perímetro de segurança e uma zona vermelha serão montados oito dias antes do início da Olimpíada. Ao todo, 30 mil policiais e 20 mil seguranças privados estarão trabalhando nas ruas de Paris todos os dias entre 26 de julho e 11 de agosto.
“Sempre há riscos na vida, mas estamos usando todos os nossos meios. Planejamos com antecedência, montamos um perímetro [de segurança] muito amplo e vamos monitorar as pessoas que entram e saem e restringir o tráfego”, afirmou Macron. “O que os terroristas querem é nos impedir de sonhar, e essa é a sua maior vitória.”
No início do mês, Macron afirmou que não existe “qualquer dúvida” de que os Jogos Olímpicos de Paris serão um “alvo” da Rússia, suspeita de estar divulgando informações falsas como maneira de desestabilizar o bloco europeu. Por isso, a França também anunciou que vai impor sanções em nome de toda a União Europeia contra os países que estão por trás da campanha de divulgação de fake news.
Segundo o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos não receberam nenhuma ameaça terrorista clara e, por isso, “não há motivo para questionar a organização [da cerimônia de abertura].”