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A volta de Evo Morales à Bolívia é risco para a democracia

Na segunda-feira, 9, ele apareceu nos braços do povo, celebrado como um messias

Por Caio Saad 13 nov 2020, 06h00

Em outubro do ano passado, Evo Morales foi eleito presidente da Bolívia para um quarto mandato consecutivo — no entanto, auditores enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) disseram que o pleito havia sido fraudado. A oposição não aceitou o resultado das urnas, a violência explodiu pelas ruas do país e ao cocaleiro Morales só restou o exílio, para o México e de lá para a Argentina de Cristina Kirchner, amiga de longa data. Contudo, como o cotidiano político boliviano nunca foi para amadores, longe disso, um estudo independente de professores universitários americanos feito em junho deste ano concluiu que, sim, a votação presidencial fora legítima. Resultado: novas eleições. Morales apoiou Luis Arce, que tinha sido seu ministro da Economia. Arce, do Movimento ao Socialismo, derrotou o conservador Carlos Mesa e assumiu a cadeira principal do Palacio Quemado, em La Paz. O retorno de Morales, celebrado como uma hipotética chance para a democracia, traz embutidos todos os riscos de retrocesso alimentado por um populismo de esquerda, quase sempre alheio às regras do jogo e atrelado a um descabido personalismo. Basta ver as cenas do regresso de Morales, na segunda-feira 9, nos braços do povo, celebrado como um messias. Ao chegar, ele disse que Arce levará a Bolívia de volta aos anos de crescimento e de redução da pobreza — desafio imenso diante da atual crise econômica acelerada pela pandemia. Moral da história: os dois lados do país aceitaram alguma trégua, uma nova escolha de presidente, mas ela abriu as portas para mais do mesmo e do ruim — convém, portanto, permanente vigília.

Publicado em VEJA de 18 de novembro de 2020, edição nº 2713


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