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“A violência ameaça a democracia”, diz filósofo Michael Sandel

Professor de Harvard, o autor do best-seller 'A Tirania do Mérito: o que Aconteceu com o Bem Comum?' defende o cerceamento da intolerância na internet

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 15 jan 2021, 08h45 - Publicado em 15 jan 2021, 06h00

A suspensão das contas de Trump no Twitter e no Facebook é um tipo de censura? Trump espalha a versão mentirosa de que a eleição foi roubada e a de que ele é o verdadeiro vencedor. Do ponto de vista constitucional, o direito à liberdade de expressão se aplica à ação do governo, e não das empresas. Já do ponto de vista moral, a ação se justifica para impedir que a democracia seja atingida.

O direito à liberdade de expressão, garantido na Constituição, está sendo superestimado a ponto de prejudicar a democracia? A atividade violenta de extremistas de direita ameaça a democracia, mas eu não chamaria isso de expressão de liberdade. Esse direito não deve ser entendido como uma proteção da violência ou da incitação à violência.

Existe uma maneira de controlar as redes sociais sem prejudicar a liberdade de expressão? Um jornal não viola a liberdade de expressão se decidir não publicar o artigo de alguém. Pode-se argumentar que as plataformas são menos parecidas com os jornais e mais semelhantes aos serviços públicos, como telefônicas e correios. Precisamos decidir como trataremos as redes sociais.

O senhor acredita que a violência no mundo real pode aumentar se esse tipo de comportamento nas redes sociais for mantido? Sim, mas a mídia social não é a causa principal. O principal motivo para os atos de vandalismo no Capitólio foi o comportamento irresponsável de Trump e de outros líderes que fomentam a violência.

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O senhor acredita que as big techs serão reguladas? É quase inevitável algum tipo de regulação. Os democratas e a maioria dos republicanos percebem que essas empresas têm um poder inexplicável. As plataformas contribuem para a degradação do discurso público, a polarização da sociedade e, agora, a violência. E tudo para capturar nossa atenção, reunir nossos dados e nos vender coisas. Não é uma barganha atraente.

Publicado em VEJA de 20 de janeiro de 2021, edição nº 2721

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