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Rainha, Bono e Madonna são citados em caso de paraísos fiscais

O ministro da agricultura brasileiro, Blairo Maggi, também aparece nos documentos vazados no escândalo Paradise Papers

Por EFE Atualizado em 4 jun 2024, 20h09 - Publicado em 6 nov 2017, 19h12

A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, o líder do grupo U2, Bono Vox, e a cantora Madonna estão entre as 127 personalidades internacionais citadas em um novo escândalo de empresas em paraísos fiscais, batizado como Paradise Papers, divulgado neste domingo simultaneamente por vários veículos de imprensa.

A descoberta foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês) e incluiu 382 jornalistas de quase cem veículos, incluindo New Your Times, BBC e The Guardian, entre outros, que analisaram mais de 13 milhões de documentos de paraísos fiscais, abrangendo um período de 70 anos, de 1950 a 2016.

Os documentos, da empresa de advocacia Appleby e vazados ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, são procedentes de 19 países que estão na lista de paraísos fiscais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): Antígua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Bermuda, Cayman, Ilhas Cook, Dominica, Granada, Labuan, Líbano, Malta, Ilhas Marshall, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente, Samoa, Trinidad e Tobago e Vanuatu.

Entre as personalidades citadas nos documentos, segundo o ICIJ, estão também o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, um importante aliado do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o secretário de Comércio dos Estados UnidosWilbur Ross.

Negócio com russos

Segundo os documentos, o secretario de Comércio americano possui negócios com um empresa ligada ao genro do presidente russo, Vladimir Putin. Wilbur Ross aparece envolvido com uma transportadora, Navigator, que possui uma parceria lucrativa com a Sibur, uma empresa de gás e energia com sede em Moscou, que tem como um de seus principais acionistas Kirill Shamalov, genro de Putin.

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Membros do partido democrata americano pediram a abertura de um inquérito para investigar os laços comerciais entre Ross e o russos. Eles alegam que o secretário enganou o Congresso ao não mencionar as relações com a Navigator e a Sibur. O secretário nega que haja qualquer irregularidade.

A citação à Rainha da Inglaterra foi feita devido ao investimento de milhões de libras de sua propriedade privada em um fundo nas Ilhas Cayman. O nome do ministro da agricultura brasileiro, Blairo Maggi também aparece nos documentos como beneficiário da Amaggi & LD Commodities International Ltd nas Ilhas Cayman.

Segundo os veículos que colaboraram com a investigação, o Paradise Papers é o maior vazamento de documentos de paraísos fiscais da história, e ainda mais relevante que o Panama Papers.

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