A pedido do Canadá, Brasil envia ajuda para combate a incêndios florestais
Missão da Agência Brasileira de Cooperação vai durar em torno de um mês e vai contar com cerca de 104 especialistas
![This July 14, 2023, aerial image released by the Societe De Protection Des Forets (SOPFEU) on July 18, 2023, shows wildfire smoke engulfing a forest in the northern zone of Canada's Quebec Province. Nearly 900 wildfires are currently burning across Canada, about 580 of which remain out of control, according to media reports. Two firefighters have been killed as the country battles its worst season of wildfires on record. (Photo by Anthony ROLLAND / Societe De Protection Des Forets / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / Anthony ROLLAND/SOPFEU" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/07/000_33PB2N7.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou o envio de uma missão humanitária brasileira para apoiar o combate aos incêndios florestais que atingem o Canadá desde março deste ano. A medida, anunciada nesta quarta-feira, 19, foi um pedido do governo canadense ao Brasil.
A missão da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) vai durar em torno de um mês e vai contar com cerca de 104 especialistas em combate a incêndios florestais. Os especialistas devem atuar nas áreas mais afetadas do Canadá.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, seguindo uma medida legal do Canadá, as despesas do Brasil com o envio da missão humanitária vão reembolsadas pelo governo canadense, que também deve fornecer uma aeronave para o transporte dos especialistas brasileiros e de equipamentos.
+ Incêndios no Canadá bateram recorde de emissões de CO2, diz relatório
A partir de junho, os incêndios florestais começaram a se intensificar no Canadá, fazendo com que a grande parte da população tivesse que lidar com a má qualidade do ar na América do Norte. Até o momento, os incêndios recordes forçaram mais de 120 mil pessoas a deixar as suas casas e queimaram mais de 10 milhões de hectares, o que representa um aumento de 1.100% em relação à média de 10 anos.
No Canadá, a falta de bombeiros complicou ainda mais uma desafiadora temporada de incêndios florestais. Os voluntários representam cerca de 70% das equipes de combate a incêndios do país, desempenhando um papel central como socorristas em ambientes rurais.
Porém, eles também estão enfrentando uma crise crescente de exaustão física e mental. Enquanto isso, a mudança climática está produzindo incêndios mais quentes e mais rápidos, enquanto o despovoamento rural significa que há menos voluntários. Para referência, em 2016, 126 mil voluntários atuavam como bombeiros, mas esse número caiu para 90 mil no ano passado.
+ EUA e Canadá pedem que população use máscara devido a fumaça de incêndio
Nos últimos dias, as equipes sofreram um baque moral depois que dois combatentes de incêndios florestais foram mortos em ação, com apenas dois dias de intervalo. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau , chamou a notícia de “desoladora”. O ministro de preparação para emergências, Bill Blair, também disse que as mortes são “um trágico lembrete” dos riscos que os bombeiros enfrentam no interior do Canadá.