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A estratégia de Trump por trás de bravatas sobre concorrer a terceiro mandato

Presidente americano flerta com a ideia de permanecer no poder por mais tempo, o que é proibido pela Constituição dos EUA

Por Paula Freitas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 abr 2025, 10h16 - Publicado em 1 abr 2025, 10h15

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nunca sai dos holofotes da imprensa, e não exatamente porque ocupa um dos cargos mais influentes do mundo, mas sim pelas declarações controversas. Na mais recente delas, o republicano flertou com um terceiro mandato – o que é proibido pela Constituição do país – durante uma entrevista à emissora americana NBC News no domingo, 30. Embora já tenha cogitado a ideia em público e a portas fechadas anteriormente, ele nunca havia assumido um tom tão sério, dizendo que “não estava brincando” e que havia “métodos” para reverter a 22ª Emenda.

A ideia, no entanto, não é popular entre os seus apoiadores. No Congresso dos EUA, a desculpa para as bravatas é de que Trump, ao contrário do que disse, estava fazendo piada. Líder da maioria no Senado, o senador John Thune, da Dakota do Sul, afirmou que o líder americano estava “provavelmente se divertindo com isso”. Já o deputado republicano Steve Scalise, de Louisiana, líder da maioria na Câmara, alegou que os polêmicos comentários só tem o objetivo de “fazer as pessoas falarem” sobre Trump. Na Casa Branca, a possibilidade também foi amenizada.

“Olha, vocês continuam a fazer essa pergunta ao presidente sobre um terceiro mandato, e então ele responde honesta e francamente com um sorriso, e então todo mundo aqui fica em choque com a resposta dele”, contrapôs Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca, quando questionada por repórteres na segunda-feira 31.

“Não é realmente algo em que estamos pensando. Ele tem quatro anos. Há muito trabalho a fazer. Fizemos muito, quase por 100 dias. E o povo americano ama o que esse presidente está fazendo”, concluiu ela.

Mas há quem apoie a estratégia, não necessariamente a proposta. Em entrevista ao jornal americano The New York Times, Dave Carney, estrategista republicano que liderou o Preserve America, um super PAC (comitê de ação política) pró-Trump, disse que o plano do presidente dos Estados Unidos é “enlouquecer” a esquerda e “colocar outras pessoas em alerta de que Trump vai ficar por aqui por mais tempo do que pensamos”.

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“Ele não quebrou uma lei. Ele não disse que vai fazer isso”, disse Carney ao NYT. “Ele disse que há muitas opções diferentes por aí. Sua capacidade de enfurecer seus oponentes é uma de suas maiores forças enquanto os democratas estão em desordem”, acrescentou.

+ Como Trump e aliados apostam em ‘máquina’ de desinformação para governar

Cerco à Justiça

Some-se à lista de bravatas o cerco do republicano a funcionários e agências federais, além das ameaças a juízes americanos – o republicano, que foi condenado por falsificação de registros comerciais no ano passado e teve a pena anulada ao chegar à Presidência, alega ter sido vítima de uma perseguição da Justiça, mesmo sem provas. Antes de retornar à Casa Branca, em 20 de janeiro, já havia prometido “demitir em dois segundos” o então promotor especial Jack Smith, que comandou os processos contra ele.

Quando contrariado, recorre à Suprema Corte como forma de governar. Em um episódio recente, o presidente americano acionou a mais alta corte do país para reverter uma decisão de um juiz federal que impediu o uso de uma lei do século XVIII, reservada somente a tempos de guerra, para expulsar imigrantes, em particular supostos membros de gangues venezuelanos (uma nova leva foi enviada a uma prisão de segurança máxima em El Salvador na segunda-feira).

A menor menção a uma ameaça à democracia americana, contudo, aumenta as tensões no país, que está polarizado e com ainda recente memória dos ataques ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando trumpistas tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden. Brincar de golpe, como mostram os rumos da história, pode ter custos altíssimos, especialmente num país que tende a se autoproclamar a maior democracia do mundo.

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