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Marcos Leta: “O negócio do frigorífico é matar boi e aumentar os pastos”

Fundador da Fazenda Futuro, ele expande seu negócio de carne vegetal para a Europa e os EUA — o real desvalorizado e o ambientalismo estão a seu favor

Por Felipe Mendes
2 out 2020, 06h00

A Fazenda Futuro, um negócio avaliado em 715 milhões de reais, recebeu recentemente investimento de 115 milhões de reais. Como usará esse dinheiro? Captamos esses recursos para acelerar o negócio e expandir as exportações para a Europa e Estados Unidos. O Brasil é conhecido como um grande produtor de proteína de origem animal, mas também pode ser grande em similares de origem vegetal. Existem países que são vorazes consumidores da chamada carne vegetal, como Alemanha, Holanda e Reino Unido. Vamos investir em tecnologia aqui no Brasil para que a carne à base de plantas seja cada vez mais parecida com a de origem animal no gosto e na textura.

A carne vegetal é mais cara que a de origem animal, sobretudo no Brasil. Isso não é um entrave para seu negócio? O Brasil fez a escolha de ter incentivos para a indústria da carne bovina. Sabíamos que isso seria um problema desde que criamos nossa fazenda. Mas somos uma marca jovem, com mais de 10 000 pontos de venda no país. Por causa de nossa moeda estar desvalorizada, chegamos aos supermercados da Europa e dos Estados Unidos com o mesmo preço de uma carne premium de origem animal. Estamos conseguindo, com isso, mudar o mercado por lá, onde, normalmente, a carne à base de plantas custa entre 40% e 50% a mais que a de origem animal.

Em princípio o consumo de proteína vegetal é associado a opções alimentares como veganismo e vegetarianismo. Como avançar além desse perfil de consumidor? Com mais informação à disposição, os consumidores começaram a entender a importância de se alimentar melhor. Além disso, há um aumento expressivo no número de bichos de estimação na casa das pessoas. Elas passaram a se questionar como podem amar tanto um animal e, ao mesmo tempo, estar comendo a carne de outros. Mais um fator importante é que as grandes epidemias atuais, geralmente, têm origem no contato com os bichos para fins alimentares.

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Alguns frigoríficos brasileiros lançaram produtos à base de plantas. Como vê esse movimento? A carne vegetal foi criada como uma alternativa à ação dos frigoríficos. Ela existe para pensarmos o futuro do planeta, salvar a Amazônia da devastação e o Pantanal das queimadas. Quando vem de um frigorífico, vem do lugar errado. O negócio do frigorífico é matar boi e aumentar os pastos para colocar mais gado.

Publicado em VEJA de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707

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