Vôlei: Brasil pode herdar ouro de 2012 por doping russo
Ex-jogador Giba viajará à Suíça para discutir a possibilidade da alteração do resultado. Segundo ele, 7 atletas russos estavam dopados na final em Londres
A seleção brasileira masculina de vôlei pode se tornar tetracampeã olímpica antes mesmo dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. O ex-jogador Giba revelou neste domingo que, aproveitando seu posto de presidente da Comissão de Atletas da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), irá solicitar que o Brasil fique com a medalha de ouro dos Jogos de Londres- 2012, quando a seleção brasileira perdeu a final para a Rússia e ficou com a prata.
Giba alega ter recebido a informação de que sete jogadores da seleção russa foram flagrados no doping após reanálise de exames daquela competição. O investigador canadense Richard McLaren, autor do relatório que demonstrou como funcionava o esquema de doping na Rússia, já havia informado que o jogador de vôlei Dmitriy Muserskiy era um dos mais de 1.000 atletas denunciados.
Em dezembro, McLaren confirmou ao site russo Sport-Express que Muserskiy testou positivo duas vezes. Não se sabe até agora, entretanto, quando foram colhidos esses exames. O jogador não foi suspenso. Em Londres, ele foi um dos destaques da vitória russa sobre o Brasil por 3 a 2.
“Esta semana estou indo para a Suíça, na sede da FIVB, para sentar com os departamentos de doping e jurídico para entender e ratificar os supostos problemas com doping dos russos em 2012 e trazer as respostas para o COB, então, analisar e dar entrada no pedido de punição e revisão das medalhas de Londres”, explicou Giba, no Instagram. Ele havia revelado seu plano também durante homenagem ao técnico Bernardinho, no “Esporte Espetacular”, da TV Globo.
Durante o programa, Bernardinho, que deixou a seleção após 16 anos, não quis criar expectativa. “Não cabe a nós decidir. Cabe ao Comitê Olímpico Internacional, à FIVB, e vamos ver o que vão decidir. Se for merecido, a gente ganha”, afirmou o treinador.
O escândalo de doping envolvendo a Rússia já beneficiou o Brasil. O doping da russa Yulia Chermoshanskaya, colhido nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, acabou por desclassificar a equipe do revezamento 4x100m do atletismo. Rosemar Coelho Neto, Lucimar de Moura, Thaissa Presti e Rosângela Santos, que chegaram em quarto, ficaram com o bronze.
(com Estadão Conteúdo)