Opinião: Sharapova volta ao tênis, mas tem gente que não quer!
Suspensa por 15 meses por doping, a russa retornará aos torneios nesta quarta-feira, em Stuttgart, como convidada. Alguns tenistas profissionais são contra
As quadras de tênis voltam a ficar mais belas nesta quarta-feira. A russa radicada nos Estados Unidos, Maria Sharapova, dona de 35 títulos da WTA – incluindo os quatro maiores torneios do planeta – deve estrear na chave de simples do torneio de Stuttgart como convidada. Mas nem todo mundo está feliz em rever no piso do saibro alemão a russa de 1,88m e 59 quilos disparar direitas e backhands matadores para o outro lado da quadra.
Maria Sharapova anunciou que foi flagrada por doping em março de 2016. A russa de 30 anos chocou o mundo ao assumir o uso de substância proibida – ela afirmou que utilizava Meldonium desde 2006 para tratar uma deficiência em magnésio, uma arritmia cardíaca e também pelo histórico familiar de diabetes. A substância foi banida pela Agência Mundial Antidoping (Wada) em setembro de 2015 – a medicação aumenta o desempenho no esporte. Sharapova afirmou ter recebido um e-mail – sim, um e-mail! – da Wada, mas não o checou para se informar sobre as novas proibições.
Ela foi suspensa, perdeu classificação e premiação de torneios e em outubro a Corte Arbitral do Esporte (CAS) reduziu a pena para 15 meses, permitindo que retornasse às quadras agora em abril.
Suspensão cumprida, a tenista perdeu sua posição no ranking e momentaneamente alguns patrocinadores, como a Nike e a Porsche, mas que retomaram a parceria pouco depois.
Sem pontuação, a russa depende de convites para jogar em torneios importantes. Até o momento, já recebeu wild card (convite) para Stuttgart (patrocinado pela Porsche), na Alemanha, além de Roma e Madri. Mas vários tenistas são contra esses convites à russa, como Andy Murray e Angelique Kerber, sob alegação de que teriam mais direito jogadores locais ou que voltam de lesão. Outros, como Rafael Nadal, Novak Djokovic e Venus Williams, são favoráveis.
Cabe à organização do torneio dar os convites. E, claro, Sharapova dá retorno de mídia e marketing, ainda mais que a Porsche é o patrocinador maior do torneio de Stuttgart. Seria inocente esperar que com um diamante na mão fizessem opção por jogadoras de menor expressão.
Afinal, Sharapova cumpriu sua pena, foi número 1 do mundo, está entre as melhores do planeta nos últimos doze anos e rende não só boas imagens como publicidade espontânea. E bom tênis.