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O prodígio brasileiro do tênis de mesa

Em feito inédito, o carioca Hugo Calderano se impõe em terreno dominado pelos chineses

Por Monica Weinberg, de Paris
Atualizado em 1 ago 2024, 12h23 - Publicado em 1 ago 2024, 08h14

Lances rápidos de cá para lá, cortes certeiros e um resultado que já é o melhor do Brasil na história de um esporte em que os donos da bolinha são os chineses. O carioca Hugo Calderano, 28 anos, passou sem sofrer, nesta quinta-feira, 1º, pelo sul-coreano Wang Woojin, numa partida em que, com o perdão da mistura de modalidades, deu xeques-mates no adversário. Agora está nas semifinais.

Empurrado por uma improvável torcida verde e amarela — não é futebol, não é vôlei —, ele fez o jogo cerebral que gosta de fazer. “São milésimos de segundo para tomar uma decisão, é um tremendo desgaste mental” contou em uma entrevista a VEJA.

+ Hugo Calderano, o brasileiro na briga pelo pódio olímpico no tênis de mesa

Quando pôs raquete e bolinha de lado, depois de um 4 a 0, se deixou fotografar sorrindo (durante a partida, nem pensar) e abraçou o técnico, aos gritos de “Huuuugoooô!”.

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Ele então falou: “É muito difícil brigar com atletas que têm o tênis de mesa como cultura. Foi ótimo quebrar essa barreira”. E completou: “Quero mais”.

CÉREBRO A MIL

Calderano sempre lembra que o tênis de mesa envolve boa forma e uma cabeça afiada — talvez por isso tenha virado doutor em cubo mágico e se aventurado no aprendizado de línguas (espanhol, inglês, francês, alemão, além de se arriscar em italiano e chinês, o idioma dos ases da bolinha). “Você não precisa ser o melhor, mas estar em excelente forma e manter concentração total”, diz. “É o lado físico e o mental ao mesmo tempo.”

Aos 18, ele decidiu ir treinar numa cidadezinha da Alemanha, a uma hora de Munique, onde fica um centro de excelência que atrai muito atleta asiático por sua reputação. Tem como colegas alguns dos melhores mesa-tenistas da atualidade.

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E assim, à base de dez horas de treino por dia, ele chegou ao panteão dos dez melhores do mundo, hoje em sexto, mas com resultados recentes que sinalizam uma bem-vinda ascensão na temporada pré-olímpica.

AZAR DE UM, SORTE DO OUTRO

Ainda no aguardo do nome de seu próximo oponente, Calderano já sabe que não terá pela frente Wang Chuqin, o chinês que ocupa o topo do ranking mundial. Ele ficou abatido por um desses lances que não têm nada a ver com o jogo propriamente dito.

Enquanto comemorava o ouro na prova de duplas, desgrudou-se de sua raquete e aí deu-se o acidente. Afoito por um ângulo, um fotógrafo pisou com tudo no precioso instrumento de Wang, o que o deixou sem chão. No dia seguinte, com a raquete reserva, acabou eliminado. Zebra.

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Sem Wang no páreo, ficou mais fácil para Calderano cravar a bolinha na mesa e escalar degraus. Quem sabe até o inédito pódio.

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