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O Flu perdeu – e o futuro do futebol brasileiro parece ainda mais nebuloso

Ao ser goleado por 4 a 0 pelo City de Guardiola, o clube carioca foi incapaz de superar a supremacia europeia – e as chances de isso ocorrer só diminuem

Por Da Redação Atualizado em 22 dez 2023, 16h59 - Publicado em 22 dez 2023, 16h50

Não foi dessa vez. O Fluminense perdeu para o Manchester City por 4 a 0 e saiu da Arábia Saudita sem o título mundial da clubes. Manteve-se a insistente escrita: a mais recente equipe brasileira a erguer o troféu foi o Corinthians de Tite, Guerrero e Cássio, em 2012 – de lá para cá, houve total supremacia europeia.

Antes da partida desta sexta-feira, 22, em Jedá, havia alguma esperança de vitória dos tricolores das Laranjeiras. Afinal, os citizens foram a campo sem o genial meia De Bruyne, o artilheiro Haaland e o atacante Doku, lesionados. Haveria, portanto, alguma chance de equilíbrio. Mas não. Logo aos 50 segundos de jogo, o argentino Julian Álvarez fez 1 a 0. O segundo tempo virou em 2 a 0. As ilusões pareciam inapelavelmente perdidas. A conquista inglesa amplia ainda mais o imenso fosso entre a qualidade do rico futebol praticado na Europa, moderno e renovado, e o da América do Sul, pobre e envelhecido. Distância que, aliás, se reflete também no desempenho da Seleção Brasileira.

Diniz x Guardiola

Um outro modo de medir o tamanho da derrota é olhar para os treinadores de lado a lado. Não há dúvida, Fernando Diniz – que divide o emprego do clube carioca com a canarinho –sabe o que faz, gosta de jogar para a frente, mas tem defeitos. Pep Guardiola, treinador do Manchester City, o reinventor do futebol, mexe as peças como quem joga xadrez. E funciona. Para quem acompanha as táticas do esporte: Diniz pratica o chamado esquema “aposicional”. Nele, os jogadores circulam pelo campo, trocam de posições, é bonito – mas, invariavelmente, abrem-se buracos, especialmente na defesa, como se viu. Guardiola é o gênio do esquema “posicional”, pelo qual todos os espaços do gramado têm sempre um ou dois a ocupá-lo. Funcionou, ao menos na final do Mundial, com plasticidade e leveza, embora sem espetáculo. No duelo tático, apesar do aparente equilíbrio antes do apito inicial, venceu o catalão.

Manchester City's Spanish head coach Pep Guardiola reacts during the FIFA Club World Cup 2023 football final match between England's Manchester City and Brazil's Fluminense at King Abdullah Sports City Stadium in Jeddah on December 22, 2023. (Photo by Giuseppe CACACE / AFP)
O técnico do Manchester City, Pep Guardiola: domínio total contra o Tricolor de Fernando Diniz (Giuseppe Cacace/AFP)

Houve, agora,  baile como aquele imposto pelo Barcelona dirigido por… por Guardiola em 2011, ao golear também por 4 a 0 o Santos de Muricy e Neymar – e Ganso, então com a camisa branca do Peixe. Ficou, novamente, o travo amargo da impossibilidade. O futuro, enfim, parece complicado para os brasileiros. Em 2024, em novo formato, a Copa Intercontinental substituirá o Mundial de Clubes. O vencedor da Champions League europeia segue direto para a partida final. O adversário sairá de um mata-mata entre os campeões de outros continentes. E então, em 2025, ficará ainda mais difícil, em um torneio com 32 times, doze dos quais da Europa. O Fluminense terá perdido a derradeira chance?

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