A atleta canadense Mary-Sophie Harvey revelou em texto nas redes sociais, nesta quinta-feira, 7, os danos físicos e psicológicos causados depois que foi dopada no último dia da Competição Mundial de Natação, em Budapeste, na Hungria. A jovem comemorava a medalha de bronze que ganhou na prova do revezamento 4×200 de nado livre e afirmou que não se lembrava dos eventos da noite. Na manhã seguinte, ela disse que acordou com gerente de equipe e um médico ao seu lado.
Harvey sofreu uma entorse de costela e uma concussão e publicou em seu Instagram fotos dos hematomas em seu corpo. Seus amigos a disseram que a causa das lesões foi por terem que carregá-la enquanto estava inconsciente. Ela também ressaltou que foi muito julgada.
“A única coisa que posso dizer é isso: nunca senti tanto constrangimento”, revelou Harvey
A nadadora disse que foi atendida por médicos e psicólogos no hospital, onde fez alguns testes. Segundo ela, os médicos lhe disseram que “isso acontece com mais frequência do que pensamos”, e teve sorte de ter saído da situação com poucas lesões corporais.
O porta-voz da Swimming Canada Nathan White disse à Canadian Press que estão cientes do incidente em Budapeste e que, “assim que a equipe tomou conhecimento, Mary recebeu excelente tratamento médico da equipe no local e foi liberada para viajar para casa”.
“A equipe está em contato com Mary desde seu retorno e estamos oferecendo apoio. Continuamos a reunir informações sobre a situação, e o arquivo foi encaminhado ao nosso oficial independente da Safe Sport”, acrescentou.
Na última foto do post no Instagram, a atleta alertou que existe um “número crescente e perigoso” de casos semelhantes e compartilhou várias capturas de tela de reportagens sobre o aumento de pessoas que têm sido drogadas na cena noturna europeia.
“Para quem está lendo isso, por favor, tenha cuidado. Eu pensei que estava segura, que isto nunca aconteceria comigo, especialmente porque estava cercada de amigos. Mas aconteceu”, disse a nadadora.“Eu queria que alguém tivesse me educado sobre o assunto, antes daquela noite”.
A FINA, a entidade reguladora global da natação, disse em depoimento à Reuters que “está ciente dos relatos angustiantes da mídia sobre Mary-Sophie Harvey” e “profundamente preocupada com o bem-estar dela.”
“Em 2021, a FINA adotou medidas generalizadas destinadas a proteger os atletas e um oficial de investigação independente será designado para investigar o assunto”, acrescentou.