Na lanterna, Alemanha quer evitar novo vexame, mas não depende só de si
Tetracampeões têm duelo decisivo contra a Costa Rica nesta quinta, às 16h, visando vaga nas oitavas. Jogo terá 1ª arbitragem feminina da história
DOHA – Alemanha entra em campo nesta quinta-feira, 1º de dezembro, contra a Costa Rica no estádio Al Bayt, às 16h (de Brasília), pela terceira rodada do grupo E da Copa do Mundo, sob enorme pressão. A equipe alemã precisa obrigatoriamente vencer, algo que ainda não aconteceu nesta edição, para seguir sonhando com chance de classificação às oitavas de final.
A seleção tetracampeã mundial faz campanha ruim nesta Copa. Perdeu para o Japão por 2 a 1 pela primeira rodada e foi atrás de um sofrido empate, nos minutos finais, contra a Espanha, na última segunda-feira. Com um ponto somado, a equipe de Hansi Flick está na lanterna da chave e não depende só de si para avançar na competição.
Alguns cenários são possíveis: a Alemanha se classifica se vencer a Costa Rica e a Espanha vencer o seu jogo diante do Japão. Em caso de empate espanhol, os alemães precisam necessariamente vencer os costa-riquenhos por dois gols ou mais de diferença. Mas, se perder ou mesmo empatar, se despede da Copa do Mundo.
A Costa Rica, por sua vez, avança em caso de triunfo. Se empatar, precisa de uma vitória da Espanha sobre o Japão. Se perder, está fora. Há oito anos, no Mundial do Brasil, a equipe centro-americana fez sua melhor campanha em Copas, ao eliminar Itália e Inglaterra na primeira fase e chegar às quartas de final.
Faça as contas: o que cada time precisa para para avançar as oitavas
“O mais importante é que ainda estamos vivos”, comemorou o capitão Manuel Neuer, depois do empate com a Espanha. Caso seja eliminada na fase de grupos nesta edição, se somará à de 2018 como mais um vexame após o título na Copa do Mundo de 2014. Há duas edições, os alemães bateram Argentina na decisão, no Maracanã e conquistaram o título, cujo jogo mais memorável da campanha foi foi a goleada sobre o Brasil, por 7 a 1, na semifinal.
No entanto, de lá para cá, a Alemanha acumula campanhas ruins na Nations League e sobretudo na Copa do Mundo. Em 2018, a campanha na Copa chegou ao fim já na primeira fase, após derrota para o México, por 1 a 0, vitória milagrosa com gol no último minuto de Toni Kroos sobre a Suécia, por 2 a 1, e um revés na terceira rodada, para a Coreia do Sul, por 2 a 0.
O técnico Hansi Flick tentou manter o otimismo, mas admitiu sua decepção. “Estamos nessa situação por culpa nossa, por não termos jogado bem. Agora, nos resta responder. É nossa responsabilidade dar 100%”, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 30. O ex-treinador do Bayern de Munique disse não temer demissão. “Não sinto pressão. Estou convencido de que estamos indo na direção certa.”
Apoio à arbitragem feminina
Qualquer que seja o resultado, o duelo já entrará para a história como o primeiro com arbitragem de uma mulher, a francesa Stéphanie Frappart, que ainda terá a brasileira Neuza Back como assistente. “Eu confio 100% nela. Acho que ela merece estar aqui, espero que ela esteja ansiosa tanto quanto nós estamos para esse jogo. Acho que ela irá muito bem”, disse Flick.
Luís Fernando Suárez, o técnico da Costa Rica, seguiu a mesma linha. “Eu gosto, é uma situação boa para o futebol, ainda mais por se tratar de um esporte tão sexista. É mais um passo positivo, significa que o futebol está se abrindo para todos.” Recentemente, Neuza Back falou a VEJA sobre seu feito histórico.