O GP do Azerbaijão de Fórmula 1, vencido pelo australiano Daniel Ricciardo, da Red Bull neste domingo, ficou marcado por uma confusão entre o líder do campeonato Sebastian Vettel, da Ferrari, e seu principal concorrente, Lewis Hamilton, da Mercedes. O inglês, que liderava a prova quando foi tocado pelo carro do adversário, ficou revoltado com a ação de Vettel. Já nesta segunda, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, admitiu que os pilotos estão “em guerra”.
A rixa teve início quando o safety car entrou na pista para iniciar uma relargada. Puxando a fila dos carros, Hamilton brecou em uma curva e Vettel, então segundo colocado, se chocou em sua traseira. O alemão se irritou, considerando que a freada brusca de Hamilton foi mal-intencionada e gesticulou, antes de jogar sua Mercedes para o lado e se chocar novamente com o inglês.
A FIA viu “conduta perigosa e intencional” de Vettel e puniu o piloto da Ferrari com dez segundos de parada no pit stop. Ainda assim, ele terminou em quarto, uma posição à frente de Hamilton, e ampliou sua vantagem sobre o inglês no Mundial para 153 a 139 pontos. O tricampeão Hamilton esbravejou após a corrida: “Se ele quer mostrar que é macho, deveria fazer isso fora da pista, cara a cara”.
“Não brequei propositalmente. Eu controlo o ritmo, então, como todos recomeçamos, desacelerei no mesmo local. Ele estava obviamente dormindo e bateu atrás de mim. Mas esse não era o problema para mim. Mas guiar ao meu lado e deliberadamente me bater…honestamente, acho uma desgraça”, completou Hamilton ainda no domingo.
O tetracampeão Vettel evitou colocar mais lenha na fogueira, mas disse que o rival também deveria ter sido penalizado pelo incidente. “Não acho que foi deliberado da parte dele brecar para que eu batesse, acho que ele não é esse tipo de cara. Mas, obviamente, foi o que aconteceu e eu não estava feliz com isso. Não concordo com a punição. Se era para penalizar, deveriam punir a ambos”, afirmou Vettel.
O alemão disse ainda que tem “muito respeito” pelo britânico e que gostaria de conversar com ele para esclarecer a situação. Hamilton, porém, recusou o convite. “Primeiro que ele não tem meu número de telefone. E eu pretendo falar na pista, isso é o mais importante”, disse a jornalistas, ainda no circuito de Baku.
Segundo o chefe da Mercedes, Toto Wolff, “o esporte precisa de rivalidade” e a rixa entre os dois atingiu seu ponto máximo. “Eles são guerreiros! A corrida é uma guerra. (…) Aqueles que lutam pelo título não podem ser amigos no final, isso é certo, mas é preciso haver respeito. Talvez tenhamos chegado ao limite desse respeito”, disse Wolff, em entrevista ao site da Fórmula 1.