O ex-pugilista José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, morreu nesta quinta-feira, 24, aos 66 anos. Visto como promissor desde o início da carreira, em 1983, ele venceu 77 de todas as 85 lutas que travou.
O boxeador sofria de encefalopatia traumática crônica, conhecida popularmente como demência pugilista, consequência de danos causados pelos sucessivos golpes recebidos ao longo da carreira. O falecimento foi confirmado por Irani Pinheiro, esposa do campeão mundial, à Record TV. O motivo do óbito não foi revelado.
Carreira
Maguila começou sua carreira nos anos 1980, quando ganhou popularidade na categoria de peso-pesado ao vencer 14 disputas seguidas. Apesar das críticas a respeito da falta de técnica e da inferioridade de seus oponentes, ele acabou se tornando um dos boxeadores mais famosos da América do Sul — além de um personagem brasileiro quase folclórico, cujo apelido surgiu da grande semelhança com um personagem de desenho infantil.
O ex-pugilista ficou famoso pela sua parceria com o jornalista Luciano do Valle. Apostando no talento do jovem, o empresário conseguiu que ele treinasse com Angelo Dundee, coach de esportistas famosos como Muhammad Ali.
Nos anos 1990, Maguila teve oportunidade de lutar contra alguns dos maiores astros do mundo. Houve grande expectativa pelas lutas contra Evander Holyfield e George Foreman, mas ele foi derrotado. Os nocautes marcaram sua carreira, mas o ex-pugilista já revelou lamentar por também não ter enfrentado Mike Tyson. “Queria lutar com ele, pedi para marcar”, disse ao UOL. “Só que toda vez que a gente agendava ele era preso.”
Apesar disso, acumulou títulos. Foi campeão mundial pela Federação Mundial de Boxe (FMB), além de ter conquistado Sul-Americano, Campeonato Brasileiro, pentacampeonato continental e o Campeonato das Américas.
Após largar o esporte, ganhou espaço na televisão em programas humorísticos e de economia. Também gravou um álbum de samba (Vida de Campeão) e tentou espaço na política, como deputado federal, sem sucesso.