São raras as entrevistas exclusivas concedidas pelo papa Francisco aos meios de comunicação de todo mundo. A que foi ao ar nesta quarta-feira à noite, na Itália, se transformou em um grande evento televisivo. Nela, o pontífice falou do passado (“Minha namorada era uma jovem muito boa, trabalhava no cinema”), de sua saúde (“Ainda estou vivo!”), das guerras em curso (“Nos conflitos, um tabefe provoca outro”) e também de uma paixão antiga, o futebol.
Provocado pelo jornalista Gian Marco Chiocci, diretor do TG1, principal telejornal da emissora pública RAI, o líder religioso e torcedor do San Lorenzo disse quem achava melhor entre Diego Maradona e Lionel Messi, os dois atacantes argentinos que fizeram história no futebol mundial. Ele surpreendeu ao entrevistador e ao publico quando mencionou Pelé.
Jorge Bergoglio recordou de um encontro com o Rei em um avião para Buenos Aires, na Argentina, e disse que o brasileiro tinha uma “grande humanidade”. “Maradona como jogador foi grande, mas falhou como homem”, respondeu o religioso para Chiocci. “Messi, por sua vez, é muito correto, um cavalheiro. Mas, para mim, desses três o grande cavalheiro é Pelé, um homem de coração.”
Sobre a sua fé, Bergoglio disse que sempre foi inabalável, embora tenha se sentido perdido em alguns momentos de sua vida, quando se questionou sobre a razão de tantas coisas ruins estarem acontecendo no mundo. Em sua resposta, ele justificou dizendo que Deus não tem uma varinha mágica para resolver todos os problemas que existem: “Ele não é Mandrake, é outra coisa”.
O papa também falou sobre a defesa do meio-ambiente, um assunto que tem mobilizado o mundo inteiro: “O nosso futuro está em jogo. O futuro dos nossos filhos e netos. É preciso alguma responsabilidade. Sim, irei para Dubai [participar da Cop28]. Acho que sairei de 1º a 3 de dezembro. Ficarei lá três dias”.