Não há outro jeito para a seleção brasileira de futebol feminino. Nesta quarta-feira, às 7h (horário de Brasília), a equipe precisa vencer a Jamaica para se classificar às oitavas de final do Mundial 2023. Com 3 pontos e vindo de uma sofrida derrota contra a França, que lidera o Grupo F, as brasileiras estão em terceiro lugar, com 1 ponto a menos que as jamaicanas, que jogam a última rodada pelo empate.
“Lógico que o jogo será nervoso, é um jogo de mata-mata. Para nós, (o mata-mata) começou antes do previsto”, resumiu a estrela do elenco, Marta, seis vezes eleita a melhor jogadora do planeta.
Agora no banco de reservas, nesta que será sua sexta e última Copa, a meio-campista crê na força do elenco para superar o desafio desta quarta. ” Temos uma equipe qualificada, mas são jogos de grandes competições. Estamos jogando uma Copa do Mundo, temos que estar preparadas para tudo. Para nós que já vivemos esse momento, temos que estar preparadas. Como a Pia (Sundhage) falou, amanhã é um jogo decisivo, e não queremos voltar para casa cedo. Queremos continuar na competição”, disse a camisa 10, em entrevista coletiva.
Aos 36 anos, Marta tem sido utilizada pela técnica Pia Sundhage na reta final das partidas. Foi assim contra o Panamá (vitória por 4 a 0) e contra a França (derrota por 2 a 1). No duelo decisivo, a Rainha afirma que está pronta para jogar mais, caso a treinadora decida escalá-la desde o começo.
“Estou preparada, não sei quantos minutos, isso é com ela, mas se tiver que jogar o tempo todo, eu vou jogar. Se tiver que jogar alguns minutos, vou jogar alguns minutos. Estou bem, treinando normal. Não tem nada que me impeça de entrar amanhã em jogo e dar o meu melhor. Não sei se consigo jogar os 90 minutos, vou lutar para jogar os 90 se ela decidir me colocar em campo para jogar. Estou bem e preparada.”
Também na coletiva, Pia não deu pistas se vai fazer alterações na equipe titular, mas retomou o assunto sobre a atenção no setor defensivo, ao comentar as características das adversárias.
“Vamos rever o que vamos fazer, mas é um bom time. Batalharam contra a França para conquistar 1 ponto. É um time físico, muito rápido, então é uma coisa que precisamos nos atentar contra a Jamaica”, disse a treinadora, que afirmou, independentemente do resultado da partida de amanhã, ver a seleção brasileira ainda no começo de um processo de desenvolvimento.
Para o Mundial, Pia fez uma renovação significativa na equipe, com 11 estreantes.
“Temos algumas jogadoras que nunca tiveram experiência de Copa do Mundo antes. Tomara que, para amanhã, elas tragam essa personalidade brasileira, de ataque, e sejam tão felizes dentro de campo como elas são fora. Usar essa energia. Ao mesmo tempo, ser inteligente e organizada na defesa. As coisas estão acontecendo, mas reitero: este é só o início para o Brasil. As coisas estarão bem diferentes daqui a quatro ou oito anos”, explicou Pia, que chegou em 2019 ao comando do time.
Perigo do outro lado do campo
A seleção da Jamaica, que joga pelo empate na partida com o Brasil, terá uma arma para os contra-ataques. Expulsa contra a França, na estreia do campeonato, a atacante Khadija Shaw, também conhecida como Bunny Shaw, volta ao time no duelo. Jogadora do Manchester City-ING e eleita recentemente a melhor atleta da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, central e Caribe), Khadija é a principal estrela da equipe e vive seu melhor momento. Com 1,82 metro, a atacante marcou 31 gols pelo City na temporada e, além de subir bem de cabeça, tem grande poder de finalização.
Para dificultar ainda mais a vida das brasileiras em campo, as jamaicanas conseguiram, até o momento, criar grande intensidade defensiva nas partidas e por isso ainda não sofreram gols na Copa.
O jogo decisivo, às 7h, será transmitido pela TV Globo (canal aberto), SporTV (canal fechado), canal do YouTube Cazé TV e pelo streaming Fifa.