O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira que privatizar o autódromo de Interlagos ajudará a garantir a permanência da Fórmula 1 no Brasil e que Bernie Ecclestone, ex-chefão da categoria, participará do leilão de venda do autódromo.
De acordo com Doria, o circuito paulistano faz parte de um pacote de 7 bilhões de reais em privatizações e concessões que a Prefeitura quer dar início ainda em 2017. O entorno de Interlagos deverá receber um hotel, prédios com apartamentos de luxo e um museu dedicado exclusivamente ao automobilismo e que poderá ter o nome do tricampeão Ayrton Senna.
“Entendo que a Fórmula 1 é importante, sem o uso de dinheiro público, mas sim de capital privado. E é perfeitamente possível que ela continue funcionando com dinheiro e um autódromo privados”, afirmou o prefeito.
Recentemente, Ecclestone visitou Doria na sede da Prefeitura, na região central de São Paulo, onde recebeu detalhes sobre o futuro leilão de venda do autódromo.”Ele manifestou interesse, vai participar do leilão do autódromo. Tenho o sentimento de que fundos internacionais também participarão do evento. Não tenho dúvida de que vamos vender Interlagos e muito bem”, disse o prefeito.
Apesar dos desejos de Doria, a Prefeitura ainda não possui estimativa do quanto deverá arrecadar com a venda do circuito. O prefeito afirmou que o local seguirá abrigando uma pista de corrida e que o projeto de privatização incluirá contrapartidas para moradores que se instalaram irregularmente na região.
“Algumas comunidades que estão coladas no muro do autódromo deverão receber habitação popular, não no local mas em outra área. No circuito provavelmente construiremos três edifícios, um de uso misto, ou inteiramente direcionado à hotelaria, e dois para apartamentos de luxo. Com isso será possível pagar o investimento que a empresa interessada fizer no local.”
Ecclestone não deu certeza de que participará do leilão, e indicou a compra de Interlagos para outros empresários. “Eu não disse ‘sim, eu vou comprar’ nem ‘não, eu não vou comprar’. Vamos esperar. Disse a Chase (Carey, atual gestor do grupo Liberty Media, que controla a F1) que ele deveria comprar.”
(Com Reuters)