Clube alemão demite meia por ligação com radicalismo islâmico
Anis Ben-Hatira, de origem tunisiana, colaborava com uma organização islâmica salafista radical e, por isso, foi dispensado pelo Darmstadt

O Darmstadt 98, último colocado do Campeonato Alemão, anunciou a rescisão de contrato do alemão de origem tunisiana Anis Ben-Hatira depois de saber do envolvimento do atleta com a Ansaar International, organização próxima da comunidade islâmica salafista radical, um movimento ultraconservador dentro do islamismo sunita, na Alemanha.
Apesar de apontar o comportamento do atleta como “exemplar”, o presidente do clube, Ruediger Fritsch, defendeu sua decisão em comunicado oficial. “O Darmstadt vê o trabalho humanitário privado que Ben-Hatira faz com a organização como errado.” O clube não tomará medidas legais contra o jogador, já que o vínculo dele com a organização salafista é particular, sem ligação com o Darmstadt.
Ben-Hatira foi contratado em agosto da última temporada, junto ao Eintracht Frankfurt, somando 11 jogos e um gol pelo clube neste período. No início desta semana, durante empate do Darmstadt contra o Borussia Moenchengladbach, alguns torcedores do clube distribuíram panfletos pedindo sua saída.
Pelas redes sociais, o atleta de 28 anos alega estar sendo vítima de uma ‘sabotagem’ e garante que vai continuar realizando trabalhos humanitários. “Qualquer pessoa que olhe para o meu currículo e para os meus compromissos percebe que sou uma pessoa socialmente envolvida e que luta por tratamento igual entre pessoas de cor de pele, etnia ou fés diferentes.”
Ben-Hatira nasceu em Berlim e chegou a defender a seleção alemã em campeonatos sub-19 e sub-21, mas optou por defender a seleção da Tunísia, país de origem de seus familiares, a partir de 2012. O meia tem passagens pelo West Ham, da Inglaterra, e por Hertha Berlim e Hamburgo, dois importantes clubes da Alemanha.