A primeira fase da Copa do Mundo acabou nesta sexta-feira, 2. Nada menos que 48 dos 64 jogos da competição já aconteceram, e com eles vieram saborosas histórias, reviravoltas, atuações épicas, golaços e polêmicas. PLACAR faz aqui o balanço da fase de grupos, com os times, jogadores e lances que mais marcaram o torcedor.
Os 3 craques: Mbappé, Casemiro e Szczesny
Kylian Mbappé é talvez o melhor jogador da Copa do Mundo até aqui. Foi o destaque da goleada por 4 a 1 sobre a Austrália, fazendo um gol e criando outros dois. Na segunda rodada, marcou duas vezes para garantir os 2 a 1 sobre a Dinamarca e a classificação antecipada. Infernal pela ponta esquerda, ele dá trabalho para qualquer defesa.
Já Casemiro é uma das grandes razões pelas quais o Brasil não sofreu nenhum gol com ele em campo – além das duas atuações perfeitas defensivamente contra Sérvia e Suíça, ainda fez o gol da vitória na segunda partida. E o goleirão Wojciech Szczesny, da Polônia, carregou um time limitado até as oitavas, pegando dois pênaltis (do saudita Al-Dawsari e de ninguém menos que Messi) e fechando o gol nas três partidas.
As 3 estrelas apagadas: De Bruyne, Müller e Bale
O meia Kevin De Bruyne esteve irreconhecível nos três jogos da Bélgica, que deu adeus na primeira fase. Lento, errando passes que normalmente acerta, ainda protagonizou uma confusão nos bastidores ao criticar o próprio time, chamado por ele de “muito velho” para conseguir alguma coisa na Copa. Pelo visto, errado ele não estava…
Já o alemão Thomas Müller, que fez 10 gols em suas duas primeiras Copas (2010 e 2014), completou o segundo Mundial seguido sem balançar as redes e também deu adeus na primeira fase, sem nenhuma boa atuação. Por fim, Gareth Bale esteve quase invisíviel na campanha fraquíssima do País de Gales e, tirando um gol de pênalti na estreia contra os Estados Unidos, mal apareceu nas partidas.
As 3 revelações: Gakpo, Souttar e Kudus
Se a Holanda não apresentou um futebol empolgante na primeira fase, pelo menos foi eficiente e passou em primeiro no Grupo A. Muito disso por conta do brilho do atacante Cody Gakpo, do PSV, que fez um gol em cada jogo e carregou o poder ofensivo laranja nas costas. O segundo, no empate contra o Equador, foi um golaço de fora da área.
Já o zagueirão Harry Souttar, de 1,98 m, é o jogador de linha mais alto da Copa e esteve praticamente impecável nas três partidas da Austrália, tirando tudo da área de cabeça. Ele ficou um ano sem jogar por lesão, mas foi convocado mesmo assim. Por fim, o ganês Mohammed Kudus, mesmo eliminado, foi um dos jogadores mais empolgantes do Mundial, com dois gols, muitos dribles e movimentação sempre objetiva, indo para cima dos adversários.
As 3 decepções: Alemanha, Dinamarca e Uruguai
Pela segunda Copa seguida, a Alemanha está fora na primeira fase. A campanha começou com uma desastrosa derrota para o Japão, de virada; depois, um empate com a Espanha; e por fim, uma dramática – e inútil – vitória sobre a Costa Rica. Em nenhum momento o talentoso elenco alemão conseguiu mostrar equilíbrio entre ataque e defesa, e pagou o preço.
Já a Dinamarca chegou como uma das candidatas a surpresa da Copa após ótimas campanhas nas últimas Ligas das Nações e na Eurocopa, mas foi praticamente nula ofensivamente nos três jogos e ficou em último do grupo, atrás de França, Austrália e Tunísia. Por fim, o Uruguai só “acordou” no último jogo contra Gana, depois de duas exibições sem nenhuma inspiração, e também deu adeus.
As 3 surpresas: Japão, Marrocos e Austrália
Quem poderia esperar que o Japão ficaria em primeiro num grupo com Espanha e Alemanha? E o mais incrível é que os asiáticos conseguiram o feito vencendo as duas potências europeias, de virada, com grandes reações no segundo tempo. Isso tudo com uma derrota para a Costa Rica na segunda rodada, que quase pôs tudo a perder.
Outro time que superou dois europeus e ficou em primeiro da chave foi o Marrocos, ficando à frente de Croácia e Bélgica, respectivamente a vice-campeã e a terceira colocada de 2018. Com muita solidez defensiva, os africanos também mostraram lances de talento na frente com nomes como Ziyech e En-Nesyri. Por fim, a Austrália superou suas limitações técnicas e venceu Dinamarca e Tunísia para conseguir uma inesperada vaga nas oitavas de final no grupo da França.
Os 3 que caem de pé: Arábia Saudita, Equador e Tunísia
A Arábia Saudita protagonizou a maior zebra da Copa ao vencer a Argentina por 2 a 1, de virada, logo no jogo da estreia. E mais que isso: ganhou jogando bem, com uma estratégia ousada, marcação pressão e nada de retranca. A empolgação não se sustentou, com derrotas para Polônia e México, mas a eliminação não diminui o feito de encerrar a invencibilidade de 36 jogos da “Scaloneta”.
O Equador foi outro time que mostrou um futebol vibrante, repleto de jovens valores, arrancando um empate por 1 a 1 com a Holanda, mas uma derrota na partida decisiva contra Senegal custou a vaga nas oitavas. Por fim, a Tunísia lavou a alma da torcida ao vencer a França – cheia de reservas, é verdade – na terceira rodada, que só não foi suficiente graças à vitória australiana sobre a Dinamarca.
Os 3 golaços: Richarlison, Aboubakar e Al-Dawsari
A pintura de meia-bicicleta de Richarlison para fechar o placar na vitória sobre a Sérvia na estreia foi o golaço da Copa até aqui. O improviso do camisa 9 para se contorcer no ar e balançar a rede deixou toda a defesa dos europeus estática. Os sérvios, aliás, também tomaram um golaço de Vincent Aboubakar, que cortou um zagueiro e encobriu o goleiro como se estivesse jogando na rua, no empate por 3 a 3 com Camarões.
Outro lance inesquecível foi o gol que carimbou a vitória da Arábia Saudita sobre a Argentina na primeira rodada. Salem Al-Dawsari balançou, se livrou de dois marcadores argentinos e acertou um chute forte no ângulo, sem chance para Emiliano Martínez. Naquele jogo, pelo menos, o 10 que brilhou não foi Messi.
As 3 polêmicas: Portugal x Uruguai, Holanda x Equador e Japão x Espanha
Cristiano Ronaldo encostou ou não na bola? Essa foi a grande dúvida no primeiro gol de Portugal contra o Uruguai, em que o astro tentou cabecear o cruzamento de Bruno Guimaraães, mas – segundo a Fifa – não conseguiu. O gol acabou indo mesmo para o camisa 8, para desespero de CR7.
Já o gol anulado do Equador com a Holanda, no empate por 1 a 1, pode ter custado a vaga nas oitavas para o time sul-americano. Porozo estava em posição de impedimento, mas o goleiro Noppert já tinha pulado para o outro lado quando há o desvio de Estupiñán que vai para as redes. A arbitragem, mesmo assim, interpretou que houve interferência do atleta impedido.
E em Japão 2 x 1 Espanha, a bola saiu ou não no gol da vitória, marcdo por Tanaka? Houve muita reclamação dos europeus, mas o replay com a câmera que filma a linha de fundo “reta” mostra que não, a bola não saiu inteira antes do cruzamento de Mitoma. Melhor para os asiáticos.