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Andy Murray, um símbolo pela igualdade no esporte

Com uma simples "correção" a um repórter em Wimbledon, número 1 do tênis reafirmou sua luta contra o sexismo

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h10 - Publicado em 13 jul 2017, 18h06
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  • Andy Murray é o atual líder do ranking mundial de tênis. Venceu três títulos de Grand Slam na carreira, é o único tenista da história a vencer dois ouros olímpicos na chave de simples e resgatou o orgulho do tênis britânico nos últimos anos. Além de tudo isso, o atleta escocês vem conquistando muitos fãs ao redor do mundo por sua posição firme em relação ao sexismo e à desigualdade entre homens e mulheres na modalidade. Nesta quinta-feira, após ser eliminado pelo americano Sam Querrey nas quartas de final de Wimbledon, Murray voltou a combater o preconceito com uma simples “correção” a um jornalista.

    Na entrevista coletiva concedida após a partida, Murray interrompeu um repórter que levantou uma questão sem especificar que estava falando de tenistas homens. “Andy, Sam é o primeiro tenista dos EUA (em inglês, player é um substantivo semelhante ao sobrecomum na gramática da língua portuguesa, ou seja, não há definição de gênero) a alcançar uma semifinal de Grand Slam desde 2009″, disse o repórter, quando foi corrigido pelo jogador: “tenista homem”. O repórter, sem compreender, pediu para que Murray repetisse o questionamento e por fim, desconcertado, deu risadas e tentou amenizar a tensão. Porém, o britânico não mudou o semblante fechado diante do episódio.

    De fato, o último tenista americano a chegar tão longe em um Grand Slam foi Andy Roddick, que, em 2009, foi à final em Wimbledon e à semi, no Australian Open. O site oficial da WTA, órgão responsável pelo tênis feminino, publicou uma nota elogiando Murray pela atitude e pontuando todas as americanas que atingiram o feito neste espaço de oito anos. Serena Williams, sozinha, venceu 15 títulos de Grand Slam, enquanto sua irmã, Venus, chegou a duas semifinais e duas finais, em 2009 e 2017. Além da dupla, Sloane Stephens, Madison Keys e Coco Vandeweghe também chegaram às semifinais dos principais torneios durante esses anos.

    Antes do incidente que chamou a atenção nesta quarta, Andy Murray fez uma declaração em favor dos direitos do tênis feminino na terça-feira. O número 1 do mundo criticou a falta de jogos de mulheres nas quadras principais do complexo de Wimbledon. Atualmente, são realizadas três partidas em cada, com duas da chave masculina e uma feminina. “O ideal é que sejam realizadas duas dos homens e duas de mulheres na quadra central, com as partidas iniciando um pouco mais cedo”, afirmou. A organização rebateu a crítica justificando que o deslocamento de torcedores pelo país os impediria de chegar às quadras a tempo. 

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    Esta não é a primeira vez que o britânico, que é casado e tem uma filha, corrige deslizes sexistas de repórteres ou defende os direitos das mulheres. Logo após vencer sua segunda medalha de ouro, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, Murray foi perguntado como era a sensação de ser a “primeira pessoa da história a vencer dois ouros”. Rapidamente, o tenista corrigiu. “Em torneios de simples, sim. Mas Serena e Venus têm pelo menos umas quatro medalhas de ouro cada”. Em março de 2016, o tenista também se juntou a Serena para defender a igualdade de premiações após Novak Djokovic declarar que os homens deveriam faturar mais por trazer mais público aos torneios.

    Além disso, Murray também surpreendeu em 2014 ao contratar a ex-tenista Amélie Mauresmo como sua treinadora. A francesa se tornou a primeira mulher da história a treinar um jogador com uma posição tão alta no ranking mundial. A parceria terminou dois anos depois, mas o britânico fez questão de ressaltar o quanto isso modificou sua maneira de pensar em relação posição dos gêneros no esporte.

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    “A desigualdade é algo que comecei a enxergar e a defender com mais força. Trabalhar com a Amélie abriu minha mente”, disse, à revista The Red Bulletin. Publicamente, o britânico defendia constantemente o trabalho da treinadora. “Desde o início imaginei que a parceria poderia gerar comentários. Nunca pensei, entretanto, que Amélie receberia tanto preconceito. Toda vez que eu perdia, ela era bombardeada de críticas, algo que meus antigos treinadores nunca vivenciaram. Isso não era certo”, completou, ao francês L’Equipe. Apesar de citar a parceria com Mauresmo, Murray foi treinado por um bom tempo, em sua adolescência, pela própria mãe Judy, que segue trabalhando com o esporte e é uma grande incentivadora.

     

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