Acidente de Schumacher completa dez anos sem informações sobre o piloto
"A vida é injusta", diz Ralf Schumacher, irmão do campeão mundial de Formula 1
Há exatamente uma década, o mundo todo foi surpreendido com o acidente de um astro: Michael Schumacher, heptacampeão mundial de Fórmula 1, foi internado após cair e bater a cabeça em uma pista de esqui na estação de Méribel, nos Alpes franceses. Maior campeão em sua categoria, o ex-piloto sofreu uma grave lesão cerebral, mas deste então seu estado de saúde é mantido sob sigilo pela família.
Em entrevista ao jornal alemão Bild, o irmão do campeão, Ralf Schumacher, emocionou ao falar sobre seu estado de saúde, na última segunda-feira, 25. “Sinto falta do meu Michael daquela época, a vida às vezes é injusta”, disse. “Michael teve sorte muitas vezes na vida, mas então esse acidente trágico aconteceu. Felizmente, opções modernas da medicina permitiram que fizéssemos algumas coisas, mas nada é como era antes.”
Ralf, que chegou a competir junto com Schumacher, também falou sobre a relação que tinha com ele. “Michael não era apenas meu irmão. Quando éramos crianças, ele também foi meu treinador e mentor. Ele me ensinou literalmente tudo sobre corridas de kart. Pode haver uma diferença de idade de sete anos, mas ele sempre esteve ao meu lado. Corremos juntos, praticamos ultrapassagens e tudo o que importa no automobilismo. Ele repassou todas as diferentes coisas que já tinha internalizado. Tive a honra de aprender com o melhor”
O que se sabe sobre o estado de saúde?
Ainda de acordo com o jornal, o campeão da Ferrari é acompanhado por dezenas de profissionais de saúde e passa por terapias para estimular a atividade cerebral, como ouvir sons dos boxes. Ainda que pessoas próximas afirmem que Schumacher apresentou melhoras, seu real estado ainda é mantido sob confidencialidade.
A notícia mais objetiva foi divulgada em 2017. Após condenar uma revista alemã por uma notícia falta sobre Schumacher, um tribunal afirmou que o ídolo não pode andar. Se ele está ou não consciente, no entanto, ainda é um incógnita.
O que dizem as pessoas próximas?
Assim como Ralf, outras pessoas próximas chegaram a comentar sobre como é estar com o campeão. Há alguns anos, o monsenhor alemão Georg Ganswein declarou que o alemão ainda estava em estado vegetativo. Jean Todt, ex-chefe de equipe da Ferrari, se limitou a dizer que, apesar do amigo estar presente, “ele não é mais o Michael que conhecíamos”. No início de 2023, Eddie Jordan, também ex-chefe de equipe da Ferrari, que hoje é proibido de visitar o ex-colega de trabalho, comentou que Schumacher está “lá, mas não está”.
Após o acidente, o campeão mundial passou seis meses internado e teria voltado para casa após sair do estado de coma. Desde lá, no entanto, a esposa do campeão, Corinna Betsch, proibiu a divulgação de fotos e boletins médicos de Michael. Apenas familiares e amigos próximos, como Todt, tem autorização para visitar o ex-piloto, na residência de Gland, na Suíça.
Mesmo após uma década inativo, Schumacher mantém o título de maior campeão mundial da F1. Com sete títulos (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004), ele divide o primeiro lugar do pódio apenas com Lewis Hamilton. Um museu em homenagem a ele foi aberto em Colônia, na Alemanha, em 2018.