Pela primeira vez desde a redemocratização do país, uma eleição para a Presidência da República terá um segundo turno sem debate entre os dois principais candidatos, o que daria aos eleitores a oportunidade de comparar suas propostas. Esfaqueado em 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro primeiramente alegou não ter sido liberado pelos médicos, mas depois recusou-se, como estratégia política, a comparecer aos encontros que estavam marcados com o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, nas três semanas de campanha eleitoral que antecedem o dia da votação, em 28 de outubro.
O adversário petista não perdeu a chance de ironizar a ausência e disse que iria até uma enfermaria hospitalar encontrá-lo. Bolsonaro passou por duas cirurgias em setembro para a reconstrução e a desobstrução do intestino. Ele ainda precisará fazer uma nova intervenção, ainda sem data, para a reversão de uma colostomia. Apesar do veto dos médicos a atividades externas de campanha, o candidato concedeu nos últimos dias entrevistas, participou de encontros com correligionários e fez até uma visita à sede do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Para que o eleitor possa comparar os dois candidatos antes de ir às urnas, VEJA preparou um confronto entre as propostas do presidenciáveis do PSL e do PT, em vinte principais temas.