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Cultura

As super-heroínas na TV e no cinema

O poder está com Diana Prince. Mas também com Jessica Jones, Capitã Marvel, Viúva Negra...

por Mabi Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 jun 2017, 12h23 - Publicado em
3 jun 2017
06h00

Mulher-Maravilha, o longa dirigido pela americana Patty Jenkins e estrelado pela israelense Gal Gadot, é a primeira produção de grandes proporções a colocar uma super-heroína no centro da ação. Com orçamento de 150 milhões de dólares e críticas positivas amealhadas ao redor do mundo, o filme pode dar um novo rumo à trajetória da editora de quadrinhos DC Comics no cinema, e abrir espaço para outras investidas em super-heroínas. Mas Mulher-Maravilha não é a primeira produção a trazer uma mulher com poderes especiais em papel de destaque. O volume é muito menor que o das produções estreladas por super-heróis, é verdade, mas até dá uma listinha. Veja quais as heroínas mais relevantes da TV e do cinema:

Mulher-Maravilha de Lynda Carter (1975-1979)

Lynda Carter na série de TV ‘Mulher Maravilha’, dos anos 1970
Lynda Carter na série de TV ‘Mulher Maravilha’, dos anos 1970 (//Divulgação)

A própria Mulher-Maravilha já teve uma produção para chamar de sua. Nos anos 1970, a série de TV americana Wonder Woman (Mulher-Maravilha), depois rebatizada de The New Adventures of Wonder Woman (As Novas Aventuras da Mulher-Maravilha, em tradução direta) ao trocar a emissora ABC pela CBS, trazia Lynda Carter no papel-título. No ar de 1975 a 1979, ela deu nova força à personagem, que em 1972 havia estampado a capa da revista feminista Ms., de Gloria Steinem. Foi na série, a primeira produção live action (com atores, não animação) da personagem, que surgiu a viradinha na qual Diana Prince trocava a roupa civil pela da heroína, como num passe de mágica.

A série se seguiu ao telefilme Wonder Woman (1974), estrelado por Cathy Lee Crosby, que era loira e deu lugar à morena Lynda Carter, atriz e modelo que havia conquistado o título de Miss Mundo EUA em 1972 e finalista do global Miss Mundo – uma trajetória nesse ponto similar à de Gal Gadot, que foi Miss Israel em 2004 e chegou a disputar o Miss Universo. E surgiu também como um telefilme, primeiramente, com roteiro de Stanley Ralph Ross, o mesmo da série Batman dos anos 1960. The New, Original Wonder Woman, o telefilme que serviu de embrião da série de Lynda Carter, respeitava a criação de William Moulton Marston: trazia os elementos de mitologia e se passava durante a Segunda Guerra Mundial, assim como as histórias da chamada Era de Ouro da DC.

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Elektra (2005)

Jennifer Garner como Elektra, um fiasco da Marvel
Jennifer Garner como Elektra, um fiasco da Marvel (//Divulgação)

Elektra Natchios foi a última personagem feminina dos quadrinhos a ter um filme solo antes da Mulher-Maravilha de Gal Gadot. A heroína foi interpretada por Jennifer Garner na produção de Rob Bowman. Elektra nasceu nas histórias do Demolidor, da Marvel, como uma paixão de juventude do super-herói. Depois do assassinato do pai, o embaixador da Grécia nos Estados Unidos, a moça desaparece e volta anos depois como uma assassina ninja. Atualmente, a personagem participa da série Demolidor, da Netflix, na pele de Elódie Young. O longa estrelado por Jennifer Garner foi um fiasco em bilheteria: com custos de 43 milhões de dólares, faturou apenas 56 milhões de dólares pelo mundo. A fórmula de Hollywood diz que, computados os gastos de divulgação e distribuição, um filme precisa alcançar uma receita três vezes maior que o seu orçamento para dar lucro.

Mulher-Gato (vários)

Anne Hathaway como Mulher-Gato no filme ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’: sorte melhor que a de Halle Berry
Anne Hathaway como Mulher-Gato no filme ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge’: sorte melhor que a de Halle Berry ()

A anti-heroína coleciona uma série de aparições no cinema e na televisão. A sua versão mais recente é a de Anne Hathaway, no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de Christopher Nolan, de 2012. Antes dela, Halle Berry interpretou a personagem em um filme só dela, dirigido pelo francês Pitof e lançado em 2004. E gongado naquele ano e nos seguintes: o longa rendeu a Halle Berry o prêmio de Pior Atriz no Framboesa de Ouro, um Oscar às avessas, dado às produções que se notabilizam pela tosquice. A atriz, fato raro, foi à cerimônia receber o troféu, e fez um discurso irônico agradecendo ao diretor e aos produtores do filme pelo grande momento da carreira.

Nos anos 1960, a personagem de caráter dúbio, por vezes parceira, por vezes antípoda do Batman, foi defendida pelas atrizes Julie Newmar e Lee Mariwether, a primeira na série de televisão Batman e Robin, estrelada por Adam West, e a segunda no filme derivado da série.

Muitas vezes tida como vilã, a personagem é o alter-ego de Selina Kyle, uma menina órfã criada nas ruas de Gotham City. Apesar de ter participado da Liga da Injustiça, um grupo de vilões da DC Comics, a Mulher-Gato atua diversas vezes como parceira de Batman, com quem chega a ter um romance. Uma versão jovem de Selina Kyle coprotagoniza a série Gotham, ao lado de Bruce Wayne criança.

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Viúva Negra (2012- )

Scarlett Johansson como Viúva Negra em ‘Capitão América: Guerra Civil’: coadjuvante com valor de protagonista
Scarlett Johansson como Viúva Negra em ‘Capitão América: Guerra Civil’: coadjuvante com valor de protagonista (./Divulgação)

A heroína ainda não ganhou um filme solo, mas desempenha papel fundamental na franquia Os Vingadores. Interpretada por Scarlett Johansson, atriz do primeiro time de Hollywood, a personagem corresponde ao arquétipo do anti-herói: antes membro da máfia russa, Natasha Romanoff usa as habilidades de luta adquiridas no lado negro para ajudar a equipe de heróis da Marvel Comics.

Supergirl (2015- )

Melissa Benoist como Supergirl, a priminha de Clark Kent
Melissa Benoist como Supergirl, a priminha de Clark Kent ()

Kara Zor-El nasceu como prima de Superman, e chegou à Terra anos depois de Krypton, o planeta do clã, explodir. Sob os raios do sol, Kara desenvolve os mesmos poderes do primão, como a superforça, a visão de raio-x e a capacidade de voar – é, portanto, tão poderosa quanto ele. A personagem tem um filme solo de 1983, apareceu na série de TV Smallville, interpretada pela atriz Laura Vandervoot, e em 2015 ganhou uma série própria. A trama atual, protagonizada por Melissa Benoist, é ambientada no multiverso que inclui as produções The Flash, Arrow e DC’s Legends of Tomorrow, todas séries de personagens da DC Comics.

Jessica Jones (2015- )

Krysten Ritter no seriado ‘Jessica Jones’, disponível na Netflix
Krysten Ritter no seriado ‘Jessica Jones’, disponível na Netflix ()

A personagem era secundária no universo Marvel antes de ganhar uma série solo na Netflix. Jessica atua como vigilante nas ruas de Nova York e, posteriormente, passa a integrar os Defensores, grupo de heróis fora dos padrões da Marvel. A personagem foge ao estereótipo da super-heroína, sem uniformes colados e sensuais. Apesar de ser pouco conhecida do grande público, ou talvez justamente por ser uma figura underground, sua série é das mais interessantes do universo dos super-heróis. Um acerto conjunto da Netflix e da Marvel.

Capitã Marvel (2019)

Brie Larson como Capitã Marvel: o voo feminino da Marvel no cinema
Brie Larson como Capitã Marvel: o voo feminino da Marvel no cinema (//Divulgação)

A super-heroína é das mais poderosas das histórias em quadrinhos. Depois da explosão de um gerador Kree (espécie de humanoide alienígena), Carol Denvers adquire superforça, agilidade, velocidade e resistência, além de poder voar e absorver e disparar energia. A personagem ganhará um filme solo em 2019, interpretada por Brie Larson (O Quarto de Jack). Nos quadrinhos, ela é uma grande amiga de Jessica Jones.

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