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Daniel de Oliveira sobre Facebook: ‘Eu sabia que ia dar ruim’

No filme ‘Aos Teus Olhos’, ator interpreta professor da natação envolto em rumores de pedofilia que se espalham pela internet

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 abr 2018, 09h42 - Publicado em 12 abr 2018, 09h04

Afastado da TV desde a novela das 11 Os Dias Eram Assim, “super-série” da Rede Globo, Daniel de Oliveira está voltado para o cinema. Só neste ano, ele lança três longas. O primeiro a entrar em cartaz, nesta quinta-feira, é Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor (de Boa Sorte), em que dá vida a Rubens, professor de natação que vê sua vida mudar em 24 horas após uma acusação se espalhar pela internet em forma de boato.

Na vida real, o ator usa as redes sociais com moderação e recomenda o mesmo aos filhos – os dois mais velhos, Raul e Moisés, estão com 10 e 8 anos, respectivamente, e o mais novo, Otto, fruto da relação com a atriz Sophie Charlotte, 2 anos. “A internet pode ser assustadora. As fake news e o escândalo do Facebook são provas. Eu sabia que o Facebook ia dar ruim. É muita informação dentro de uma empresa”, diz a VEJA “Cada vez que você acessa a internet, deixa um rastro. Mas, claro, não dá pra ficar longe. Por isso, acho que precisamos de mais educação para que as pessoas aprendam a se portar bem dentro e fora do mundo virtual.”

Além de Aos Teus Olhos, o ator em breve estreia a cinebiografia do boxeador Éder Jofre, batizada de 10 Segundos. E, ainda este ano, chega aos cinema com o terror Morto Não Fala.

Confira abaixo a conversa com Daniel de Oliveira:

 

O filme fala de um professor acusado de exceder os limites do carinho com um aluno. Rapidamente, ele é julgado e condenado pela internet, sem muitas chances de se defender. Essa atitude é comum na nossa sociedade, especialmente com as redes sociais. Sim, a internet é um lugar democrático. É o lugar de todos. Todas as opiniões sobre todos os assuntos estão ali. É um mundo mesmo, mas dentro de uma caixa. Um outro mundo que faz as pessoas se acharem invisíveis. Elas falam barbaridades, dizendo coisas que não falariam na cara de outra pessoa. A liberdade que a internet dá faz com que os usuários criem personagens. É complicado. E pode ser perigoso.

Tem receio de ser alvo de algum boato virtual? Ou que esse movimento afete — se é que já não afeta — de forma negativa nossa sociedade e política? A internet pode ser assustadora. Especialmente quando falamos de fake news ou de escândalos como o do Facebook. Eu sabia que isso ia dar ruim. É muita informação dentro de uma empresa. Quando vi o Facebook pela primeira vez, pensei isso e decidi que não teria um perfil na rede. Cada vez que você acessa a internet, deixa um rastro. Mas, claro, não dá para ficar longe. Por isso, acho que precisamos de mais educação para que as pessoas aprendam a se portar bem dentro e fora do mundo virtual. Tem que usar com consciência. Com moderação.

Você não está no Facebook, mas abriu recentemente uma conta no Instagram. Como se modera no uso da rede social? Faz pouco tempo que abri, incentivado por um amigo. A questão de se moderar é muito individual. Cada um é cada um. Tenho filho pequeno. Então, fico chocado com famílias que vejo em restaurantes, em que um não conversa com o outro. O menino está no tablet vendo desenho, a mãe está viajando no WhatsApp, o pai também. Não tem interação física ali. É um momento que não vai mais acontecer e eles estão perdendo isso.

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Como fala sobre o assunto com seus filhos? Eu gosto de conversar com meus filhos, descobrir como eles enxergam a vida. Eles me ensinam muito. Quando trocamos o mundo virtual pelo real é possível ficar mais amigo de seus filhos. É uma regra que a gente não impõe, simplesmente criamos o hábito de conversar em família. Graças a Deus, meus meninos cantam, brincam, ficam à vontade com a vida. Eles gostam do lado de fora. De vez em quando, pegam o celular, jogam, tudo bem. Mas não identifico nenhum vício. Não preciso impor horários. Criamos uma rotina de dia a dia, com coisas para fazer off-line. Eles praticam judô, natação, vão para a escola, e não ficam longe da internet porque é impossível. Também não quero isso. Eles são contemporâneos, estão existindo e querem viver tudo o que temos aqui com bom senso.

Aos Teus Olhos tem a direção da Carolina Jabor. Hollywood discute neste momento a maior participação de mulheres em cargos de liderança no cinema. Como foi trabalhar com ela e com outras diretoras ao longo da carreira? Já trabalhei com várias diretoras mulheres. Foi ótimo trabalhar com a Sandra Werneck em Cazuza (2004). Na TV também, como a Flávia Lacerda na série Amorteamo. Para mim, tanto faz ser dirigido por homem ou mulher. Mas é muito bom trabalhar com mulher. Pois tem uma delicadeza inerente. Como o caso da Carol em Aos Teus Olhos. Sempre muito delicada e forte ao mesmo tempo, com papo reto. Ela inspira respeito, pois tem um carinho e segurança pelo projeto. E o cinema é um trabalho coletivo. A mulher tem isso ainda mais que os homens, de serem mais agregadoras. 

Seu personagem é um professor de natação. Então, as cenas exploram o seu corpo, também como ferramenta para contar a história. Se sentiu incomodado em algum momento com a exposição? Não me senti incomodado. Era um professor de natação que tem que dar aula de sunga. E tem o contato com as crianças por causa da nossa cultura. A gente é brasileiro, a gente abraça. Tem uma cena em que eu amarro a sunga de uma criança, falei para a Carol que devíamos fazer. Pois mostra essa proximidade de um professor com um aluno naquele ambiente. A exposição do corpo faz parte dessa profissão. Eu sabia o filme que estávamos fazendo, o bom gosto da Carol. Eu não toparia me expor de forma negativa. Mas o filme é esteticamente interessante, com planos abertos que vão fechando conforme as angústias do personagem crescem.

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Precisou reforçar a malhação para encarar a sunga todo dia? Antes eu rodei o filme do Éder Jofre, então estava ainda mais forte. Na época malhei pra caramba, fiz dieta de proteínas e outras coisas. Estava firme no boxe, dei uma parada, mas quero voltar. E faço krav magá há dez anos. Gosto de lutas marciais. Só não sou muito fã de malhar. Mas preciso, né. É bom para a saúde. Estou com 40 anos, então preciso cuidar mais da alimentação e saúde.

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