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Sem baby-talking: por que conversar com os bebês é importante

Bebê cuja mãe mantém o comportamento classificado como sensível mostra, aos 15 meses, uma taxa de balbucios mais próxima de palavras reais

Por Nathalia Goulart
Atualizado em 26 mar 2017, 16h01 - Publicado em 26 mar 2017, 15h59

Bebês e crianças pequenas aprendem a se comunicar e desenvolvem vocabulário a partir da interação com os adultos a sua volta. Isso significa, por exemplo, que uma criança não aprende a falar diante de uma televisão. Ela precisa de pessoas respondendo aos seus estímulos – e também a estimulando – para aprender a falar e se expressar.

‘Conversar’ com um bebê que ainda não fala pode ser uma tarefa difícil para muita gente. Mas um estudo publicado recentemente na revista especializada The Infancy reforça a importância deste hábito e sugere que conversar com crianças bem pequenas – escutar seus balbucios e responder a eles de forma correta, sem baby-talking, como se fosse realmente uma conversa – beneficia o desenvolvimento da linguagem delas.

Os pesquisadores analisaram as interações naturais de mães e bebês por seis meses (dos 8 aos 14 meses da criança). O comportamento da mãe em relação à comunicação com o bebê foi classificado em dois grupos distintos: “redirecionador”, quando a mãe chamava a atenção do bebê para outro objeto, desviando a atenção; ou “sensível”, quando a mãe respondia ao balbucio do bebê, seja verbalmente ou imitando o som emitido pelo filho.

Um comportamento que os pesquisadores notaram no segundo grupo foi o de dar significado ao balbucio do bebê. Por exemplo: quando a criança dizia “pa-pa-pa”, as mães sensíveis respondiam algo como “pa-pai não está. Eu sou a ma-mãe”.

Ao fim do experimento, os responsáveis pelo estudo concluíram que os bebês cujas mães tinham o comportamento classificado como sensível mostraram, aos 15 meses, uma taxa maior de balbucios complexos e mais próximos de palavras reais. Eles também tinham uma tendência maior de vocalizar em direção às mães, num sinal de que começavam a entender a dinâmica de um diálogo.

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Outro estudo coordenado pela mesma cientista e publicado na edição de fevereiro deste ano da mesma revista caminha na mesma direção: a importância de responder aos estímulos linguístico desde os primeiros meses de vida.

Neste estudo, os pesquisadores pediram para as mães responderem de duas formas distintas aos balbucios de seus bebês de 10 meses: mostrando interesse às reações do bebê (respondendo às suas vocalizações) e mostrando desinteresse (ignorando as reações do bebê diante de estímulos visuais).

Os cientistas observaram que os bebês balbuciavam mais quando suas mães mostravam interesse nos sons que eles emitiam e respondiam verbalmente a eles. Ao não receber a atenção da mãe, os bebês do estudo tenderam a emitir menos sons (e, portanto, a exercitar menos a linguagem).

Por isso, da próxima vez que você desejar que seu bebê aprenda logo a falar para vocês finalmente terem uma conversa inteligível, lembre-se que você é fundamental nesta tarefa.

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