Na escola do século XXI, o aluno é o protagonista, diz Jorge Paulo Lemann
Segundo homem mais rico do Brasil, empresário é o principal investidor em um fundo que financia 120 escolas com 70 000 alunos em oito estados

Segundo homem mais rico do Brasil e dono de marcas internacionais como Budweiser e Burger King, o empresário Jorge Paulo Lemann, 80 anos, é o principal investidor em um fundo que financia 120 escolas com 70 000 alunos em oito estados — uma delas, a Eleva, no Rio de Janeiro, é do grupo das mais modernas do país. Lemann falou de educação em rara entrevista, concedida a VEJA por e-mail.
Por que decidiu investir em educação no Brasil? Melhorar o nível educacional brasileiro é fundamental para diminuir as desigualdades e tornar o país mais competitivo no futuro. Precisamos dar oportunidade para que nossos talentos brilhem.
Como define uma escola do século XXI? Ela deve unir rigor acadêmico, bilinguismo e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A ideia é formar jovens questionadores e criativos, com um grande senso de coletividade e capazes de conquistar o mundo.
Como alcançar esse modelo? Primeiro, formando diretores e professores para uma nova dinâmica na sala de aula, em que é o aluno o protagonista. E o currículo precisa estar sempre evoluindo para atender a esse mundo que muda a um ritmo cada vez maior.
Qual o papel da escola nestes tempos de informação tão disseminada nas redes sociais? Ela tem a obrigação de ensinar o aluno a identificar fontes confiáveis, ler opiniões diferentes para chegar à sua e saber extrair o que importa no meio desse excesso.
Dá para fazer o século XXI chegar às escolas públicas? Sim, e acho fundamental. Obviamente isso passa por adaptações. É preciso simplificar as coisas, deixando sua essência.
Publicado em VEJA de 16 de outubro de 2019, edição nº 2656