Governo Dilma: ‘Kit gay’ será reformulado e lançado até fim do ano
Ministro da Educação revela também que pasta estuda realização eletrônica do Enem
Esta matéria, publicada em maio de 2011, foi atualizada no dia 13 de outubro de 2018 para a inclusão no título da expressão “Governo Dilma”
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira em São Paulo que o controverso kit anti-homofobia será reformulado e enviado a professores da rede pública de ensino até o fim deste ano. O anúncio acontece um dia depois de a presidente Dilma Roussef criticar o conteúdo do material, que ainda está em fase de avaliação pelo MEC. De acordo como Haddad, os vídeos do projeto serão refeitos e distribuídos a professores do ensino médio de escolas onde houver registro de casos de homofobia.
O ministro afirmou que ainda está em discussão se serão mantidas as diretrizas que guiaram a formulação do material. “Essa será uma discussão técnica, que contará com a participação de especialistas no assunto”, disse Haddad, que esteve em São Paulo para a inauguração do Campus de Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
De acordo com o ministro, as mudanças no chamado “kit-gay” não vão onerar o estado, uma vez que o convênio firmado entre o MEC e as ONGs responsáveis pelo kit previa a possibilidade de alterações. “O custo original de 1,8 milhão de reais inclui quantas reformulações forem necessárias.” O kit contém três vídeos e uma cartilha. Até agora, a produção envolveu gastos com pesquisa, produção e gravação dos vídeos, além da realização de seminários para treinamento de cerca de 200 pessoas no final de 2010.
Enem – Haddad afirmou ainda que o MEC se prepara para iniciar, em 2011, estudos para a realização futura do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em formato eletrônico. Para isso, analisa locais seguros onde poderão ser instalados computadores para a realização da prova.
Outro passo é capacitar professores universitários para a produção de mais questões: elas serão acrescentadas ao banco de dados e utilizadas futuramente. O procedimento é ancorado na Teoria de Reposposta ao Item (TRI), na qual se apoia o Enem, que garante que o exame pode ser replicado várias vezes, apresentando sempre o mesmo grau de dificuldade a todos os candidatos.
O ministro acrescentou que o MEC ainda espera notificação judicial acerca da ação movida pelo Ministério Público Federal no Ceará sobre o Enem. O promotor Oscar Costa Filho pede que o Inep, responsável pela realização do exame, altere o edital da prova, permitindo a revisão de notas.
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