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Entidades estudantis pedem ao MPF auditoria nas notas do Enem

Une, Ubes e ANPG também cobram apuração das condutas do ministro da Educação e do presidente do Inep, além de danos morais a candidatos prejudicados

Por Da Redação 22 jan 2020, 08h52

Entidades representativas de estudantes protocolaram na terça-feira 21 um pedido para que o Ministério Público Federal (MPF) faça uma auditoria nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo do pente-fino é apurar se os resultados atribuídos aos alunos estão condizentes com o desempenho na prova. O ofício também cobra uma investigação das condutas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e do presidente do Inep, Alexandre Lopes, por possível improbidade administrativa. Assinam o documento a União Nacional dos Estudantes (Une), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).

Uma falha na correção das provas, admitida no sábado por Weintraub, afetou cerca de 6.000 candidatos, que tiveram suas notas alteradas. O Inep garantiu que os resultados foram corrigidos ainda antes da abertura do prazo de inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

“Estamos acompanhando com bastante atenção a toda essa confusão, e essa balbúrdia que o MEC causou nas provas do Enem”, disse, em vídeo, o presidente da Une, Iago Montalvão. Ele acrescenta que a entidade entrou com um pedido adicional, de ação civil pública, por danos morais a todos os estudantes que foram “constrangidos e prejudicados” pelas falhas na correção do teste. “Essa prova diz respeito ao futuro e aos sonhos de muitos jovens estudantes que querem ingressar no Ensino Superior. Por isso, vamos lutar até o fim para que haja justiça para todos os estudantes que fizeram a prova”, acrescentou Montavão.

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Falha no Enem

As inscrições para o Sisu foram abertas nesta terça-feira 21, e prorrogadas de sexta para as 23h59 de domingo 26, por causa dos erros nas correções do Enem. Segundo Weintraub, as falhas nos resultados das notas do Enem ocorreram em menos de 6 mil provas entre as mais de 5 milhões de inscrições, o que representaria 0,15% do total. Segundo o ministro, os problemas foram concentrados em quatro cidades: Alagoinhas, na Bahia, e Ituiutaba, Iturama e Viçosa, em Minas Gerais, no segundo dia de exame. O ministério garante que as notas já foram corrigidas, e que a avaliação das redações não foi prejudicada. 

“O problema basicamente foi na hora da impressão, que a máquina pulou. Então foi um problema com a impressão da prova. Não foi na hora de contabilizar. A pessoa praticamente tem uma nota inteira da segunda prova negativada”, disse Weintraub. O ministro pediu desculpas pelo ocorrido e disse que as inscrições para o Sisu ocorreriam sem problemas. Apesar disso, diversos alunos já relataram nas redes sociais problemas como lentidão e dificuldades de autenticação ao tentar acessar o sistema.

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