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Em turmas com mais repetentes, alunos têm desempenho pior

Estudo com dados da Prova Brasil mostra que, em salas com estudantes atrasados, notas dos que estão na idade adequada são até 20 pontos mais baixas

Por Da redação
Atualizado em 22 ago 2017, 18h09 - Publicado em 22 ago 2017, 13h40
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  • Estudantes em turmas com grande proporção de repetentes tendem a ter desempenho pior, mostra levantamento feito pela consultoria IDados, com informações da Prova Brasil 2015. Segundo o relatório, nessas turmas, todos os alunos têm notas mais baixas – mas o impacto é mais sentido por aqueles que estão na idade adequada, que podem ter notas até 20 pontos menores.

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    Na análise das notas de escolas de ensino fundamental, a pesquisa mostrou que alunos na idade correta, no 5º ano, tiram em média 217,1 em matemática quando estão em uma turma com grande proporção de repetentes. Em turmas com poucos alunos atrasados, a nota é 235,5, diferença de 18 pontos, número bastante elevado de acordo com a escala do exame. A desvantagem é menor para alunos atrasados com pares também atrasados: a nota cai, em média, 7,6 pontos.

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    Estudo anterior, feito com dados 426 escolas municipais do país, já havia mostrado que turmas com baixos resultados na Prova Brasil tendem a ter uma parcela muito elevada de alunos repetentes: 31,8%. Classes de alto desempenho costumam apresentar, em média, até 12% de alunos atrasados.

    “No Brasil a repetência nas escolas públicas é um fenômeno de massa, diferente do que ocorre em países desenvolvidos, em que o atraso é um evento raro e ocasional. Aqui, a proporção de alunos repetentes é tão elevada que forma um grupo grande dentro de sala de aula com incidência maior de dificuldades, o que acaba alterando o posicionamento de todos os alunos”, explica João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto, organização não governamental que promove a alfabetização em redes públicas de ensino.

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    Baixo desempenho

    Uma das principais razões para o baixo desempenho é que a reprovação, nas escolas públicas brasileiras, faz com que o aluno que não aprendeu e, por esse motivo, não passou de ano, reveja o mesmo conteúdo, com a mesma metodologia de ensino e cobrança da matéria. Ou seja, se o estudante não aprendeu, seja por falta de conhecimentos anteriores, seja porque está exposto a um ensino ruim, não terá alternativa para aprender de outra forma.

    Sistemas de ensino avançados costumam lidar com a reprovação de outras maneiras. O atraso no ano escolar é decidido em conjunto com a família e, no ano seguinte, o estudante é submetido a programas de reforço ou outras opções para seguir com o aprendizado.

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    “No Brasil, a reprovação penaliza fortemente o estudante, mas, o sistema de ensino, em si, não sofre com isso. Somos muito bons em avaliar o nível de conhecimento do estudante, mas não sabemos o que fazer quando esse nível é baixo”, diz Oliveira.

    Melhores notas

    Estudos indicam que a melhor opção para lidar com a reprovação é evitá-la, promovendo um ensino de qualidade desde as séries iniciais. Nesse período, professores experientes e bem preparados para as disciplinas de língua portuguesa, matemática e ciências costumam evitar que os alunos repitam de ano ao longo da vida estudantil. Outros mecanismos que impedem as reprovações são o acompanhamento sistemático dos estudantes e a recuperação paralela, com o apoio do corpo docente.

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    “Paliativos, como a promoção automática, que não puxa as médias para baixo, mas também não tem eficiência para o aprendizado, não resolve o problema. Existem diversas soluções para o problema, testadas em escolas ao redor do mundo, para evitar que o aluno assuma a culpa, sozinho, pelos maus resultados”, diz Oliveira.

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