Cinco meses após o novo coronavírus desembarcar no Brasil e retirar milhões de alunos das salas de aula, as instituições de ensino se veem diante de um novo desafio: como readaptar o conteúdo ao ensino híbrido que se avizinha e às novas necessidades dos estudantes? Em meio a este quadro de indefinições, as experiências bem-sucedidas de ensino online atraem a atenção de quem, na era pré-pandemia, tinha dúvidas sobre a eficiência desse tipo de solução. Reconhecidas por unirem tecnologia e inovação, muitas Edtechs observaram sua base de alunos crescer durante esses tempos bicudos. Uma delas foi o Descomplica, que no próximo dia 17 lançará a Faculdade Descomplica, se tornando a primeira da categoria a entrar nesse mercado no país.
Em março deste ano, o Descomplica alcançou a nota máxima junto ao Ministério da Educação para ingressar no ensino superior. Neste primeiro momento serão ofertados os cursos de Pedagogia, Administração, Contabilidade e Gestão de Pessoas, os mais procurados na modalidade EAD (Ensino à Distância). Mirando nas classes C, D e E, a Faculdade Descomplica terá mensalidades entre R9 e R$ 219, que poderão ser pagas por cartão de crédito. “Percebemos que alguns alunos faziam o nosso pré-vestibular, entravam em faculdades EAD e não se adaptavam ao tipo de ensino virtual fornecido nessas instituições. Não dá para gravar o conteúdo originalmente pensado para ser ensinado presencialmente e achar que o aluno do século XXI ficará satisfeito”, conta Daniel Pedrino, presidente da Faculdade Descomplica.
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Clique e AssineAlém de mensalidades a preço baixo, a Faculdade Descomplica também implementa um sistema de microcertificados para que o aluno possa ser considerado um especialista em determinado assunto em um período de seis meses. Entre as outras novidades que a Faculdade Descomplica traz estão as disciplinas de Formação de Líderes e Engajamento de Clientes para o curso de administração e as de Diversidade e Vida Pública e Linguagem Jornalística e Midiática (para o professor do século XXI) na graduação de Pedagogia. Para Pedrino, não basta investir em teoria, mas é preciso ensinar aos universitários a aplicar os conhecimentos aprendidos. “Caso contrário, eles serão facilmente substituídos pelas empresas que, em meio à crise, não dão conta de investir em treinamentos”, diz.
De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil 2020, as matrículas em cursos de ensino à distância cresceram quase 145% entre 2009 e 2018, enquanto nos cursos presenciais o aumento foi de 24,3%. Apesar do maior interesse nessa modalidade de ensino, os estudantes matriculados no EAD ainda representam menos de um quarto do total. Com oito milhões de alunos no ensino superior, o Brasil ainda está abaixo da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação, que prevê para 2024 que 33% dos jovens entre 18 e 24 estejam na universidade – em 2018 a taxa era de 17,9%, número abaixo da média dos países dos membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de 44%.
Apesar de ser virtual, a faculdade conta com instalações em sete estados do Sudeste e Nordeste para que os alunos possam interagir e estudar. “O ensino online tem que garantir a sociabilidade entre alunos e professores. Não é o fator presencial que faz diferença, mas a interação. Por isso temos polos onde os alunos podem se encontrar para assistir palestras e interagir”, diz Pedrino. Segundo ele, todas as provas deverão ser feitas no ambiente físico, que possui uma ferramenta de reconhecimento facial que impede que as tarefas sejam executadas por outra pessoa que não o aluno.