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Volks e GM iniciam coletivas em cenário de demanda baixa e juros altos

Cerca de 5 mil funcionários de fábricas do Vale do Paraíba (SP) ficarão sem trabalhar até meados de abril

Por Larissa Quintino Atualizado em 27 mar 2023, 19h32 - Publicado em 27 mar 2023, 11h02
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  • As montadoras Volkswagen e General Motors (GM) iniciam nesta segunda-feira, 27, períodos de férias coletivas para cerca de cinco mil trabalhadores de suas fábricas de Taubaté e São José dos Campos, no interior paulista. As duas grandes montadoras, segunda e terceira maiores do país, se juntam a Stellantis – dona da Fiat, Citröen e Peugeot –  Hyundai e Mercedez-Bens, que também paralisaram parte de sua produção neste mês, concedendo férias nas plantas de Goiana (PE), Piracicaba (SP) e São Bernardo do Campo (SP), respectivamente. O período de férias das montadoras varia entre os dias 13 e 23 de abril. 

    As coletivas, segundo as montadoras, são uma estratégia de adaptação à demanda fraca. Na prática, as empresas vão evitar a formação de grandes estoques, motivados pelo atual cenário econômico.

    O procedimento de férias coletivas foi muito adotado pelas montadoras durante a pandemia por causa da quebra da cadeia de suprimentos, que gerou a escassez de semicondutores, fundamentais para a montagem de componentes eletrônicos dos carros. Agora, sem uma normalização completa dessa cadeia, as montadoras enfrentam uma queda na demanda de veículos em um cenário de juros altos, o que freia o consumo e também encarece os custos de produção.

    A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016, e uma das consequências dos juros altos é a redução do consumo, com a dificuldade de concessão de crédito. No caso do financiamento de veículos, a taxa média é de 29,84% ao ano, segundo dados de fevereiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, a Anefac. A pressão para a diminuição dos juros, muito centrada no governo federal, ganha coro do setor industrial.

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    Entidades do setor de veículos vinham apontando uma desaceleração para este ano. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que o ano começou lento. Em janeiro, comparado ao mês anterior, houve queda de 34% nos emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus. O dado do emplacamento é utilizado para medir a venda de veículos novos. Em fevereiro, houve nova queda, de 9% em relação a janeiro.

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