O mundo está longe de ser um conto de fadas no núcleo que comanda a Disney. Nesta semana, o CEO da Walt Disney Co., Bob Chapek, demitiu sem aviso prévio o chefe de televisão da companhia, Peter Rice, alegando que o executivo não era um “jogador de equipe”. A troca é o mais recente capítulo da tumultuada gestão, que, além da pandemia, enfrentou uma ameaça de greve dos trabalhadores dos parques da Flórida que cobravam a empresa por um posicionamento contrário a uma lei do estado que limita discussões de identidade de gênero nas salas de aula.
No ano, as ações da Disney caíram 33%, mais que o dobro do declínio do S&P 500, segundo dados compilados pela agência Bloomberg. Além das crises enfrentadas pelo comando da empresa, o cenário não é dos melhores para o negócio, que vem acumulando perdas no streaming, situação que afeta essa indústria como um todo. Com a notícia da demissão do chefe de televisão da companhia, os papéis da Disney caíram 3,8%, negociados a 103,30 dólares.
O executivo demitido, Peter Rice, de 55 anos, era presidente de conteúdo geral de entretenimento e supervisionava uma vasta gama de programas transmitidos pelas redes da Disney, incluindo ABC e Disney Channel. Ele chegou à empresa com a aquisição dos ativos de entretenimento da 21st Century Fox em 2019 e já foi considerado um candidato a CEO da empresa.
O tumulto levou a uma rara manifestação da presidente do conselho da Disney, Susan Arnold, que disse que o atual CEO, Chapek continua tendo o apoio do conselho.
“A força dos negócios da Walt Disney Company saindo da pandemia é uma prova da liderança e visão de Bob para o futuro da empresa”, disse Arnold na quinta-feira, em um comunicado por e-mail. “Neste momento importante de crescimento e transformação dos negócios, estamos comprometidos em manter a Disney no caminho de sucesso em que está hoje, e Bob e sua equipe de liderança têm o apoio e a confiança do conselho.”
Chapek assumiu em fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia começar sua marcha pelos EUA. Ele tomou algumas decisões que foram impopulares internamente, como tirar a autoridade para aprovar novos programas de TV e filmes de executivos criativos como Rice e colocá-los nas mãos de um novo grupo de gerentes focados em distribuição.