O banco suíço UBS concluiu a aquisição do Credit Suisse Group AG, selando a maior fusão no setor bancário desde a crise financeira de 2008 e cria um gigante global, com um balanço patrimonial estimado em 1,6 trilhão de dólares. Além disso, o banco grupo passa a administrar 5 trilhões de dólares em ativos financeiros, o que o coloca como o maior gestor de patrimônio do mundo.
O fechamento do negócio, anunciado em carta aberta publicada na segunda-feira, 12, encerra a existência independente do Credit Suisse após 167 anos. Com isso, o UBS deve avançar com a integração do antigo rival, em um processo que deve culminar com cortes de milhares de empregos.
A compra do Credit pelo UBS foi acertada em março deste ano, após uma fuga bilionária de recursos que gerou incerteza no sistema financeiro global. As dívidas do banco giravam em torno de 3,37 bilhões de dólares.
A operação de compra emergencial foi mediada pelo governo suíço para evitar que o Credit quebrasse. O fechamento do acordo ocorre depois que o UBS finalizou as negociações com o governo suíço sobre uma garantia de 10 bilhões de dólares contra possíveis perdas nos ativos do Credit Suisse.
Na última sexta-feira, um acordo entre o governo e a instituição foi assinado e nele o governo suíço concordou em cobrir perdas em uma carteira específica de ativos do Credit Suisse, correspondendo a cerca de 3% dos ativos combinados dos bancos fundidos, depois de 6 bilhões de dólares iniciais serem arcados pelo banco.
Em comunicado, o UBS disse que espera que seu índice CET1 , uma medida importante da força do capital, fique em torno de 14% no segundo trimestre de 2023 e no resto do ano. As perdas operacionais e os encargos de reestruturação no Credit Suisse provavelmente serão compensados por reduções nos ativos ponderados pelo risco, afirmou.
O UBS disse que planeja cortar riscos no banco de investimento e assumir o controle dos negócios que os funcionários do Credit Suisse fazem com os clientes. Em particular, o UBS poderá impor sua própria tolerância ao risco e restrições muito mais rígidas para tipos específicos de empréstimos e clientes em jurisdições complicadas.
Sergio Ermotti, CEO do Banco, afirmou que devido a diferenças no apetite por risco, o UBS pode não aceitar todos os clientes do Credit Suisse. O presidente Colm Kelleher também disse que os funcionários serão vistos por meio de um ‘filtro de cultura’ para garantir que se encaixem no UBS. “Nunca abriremos mão da forte cultura do UBS, da abordagem conservadora de risco ou do serviço de qualidade”, disse o banco na carta aberta, assinada por Kelleher e Ermotti. “Muitos estão contando conosco para fazer essa aquisição funcionar.”
O UBS ainda não tomou uma decisão sobre o futuro da empresa doméstica suíça que adquiriu do Credit Suisse, uma parte do credor que tem sido consistentemente lucrativa em meio à turbulência em outros lugares e desempenhou um papel importante no financiamento de empresas e famílias suíças. Originalmente, o UBS planejava integrar totalmente a unidade local, mas depois voltou atrás, com Ermotti dizendo que todas as opções estavam sobre a mesa, incluindo venda ou cisão.