Todo imposto sobre intermediação financeira tem impacto, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central responde ao pronunciamento de Paulo Guedes sobre a inevitabilidade de tributar transações digitais

Por Da Redação
19 dez 2019, 15h10

Roberto Campos Neto disse que ainda é preciso entender qual é o imposto sobre pagamentos considerado pelo governo e que tipo de impacto terá - 22/05/2019 (Raphael Ribeiro/BCB/Flickr)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 19, que todo imposto sobre intermediação financeira tem impacto. Sua fala refere-se a um pronunciamento do ministro Paulo Guedes, sobre a inevitabilidade da tributação sobre transações. Campos Neto completou que ainda é preciso entender qual é o imposto considerado pelo governo e o tipo de impacto que ele terá.

“Existe um entendimento de que precisa ser feita uma troca entre a contribuição patronal e os impostos que incidem sobre mercado de trabalho, mas o Banco Central não comenta sobre esses temas fiscais”, afirmou. Na véspera, Guedes havia apontado que a tributação sobre transações seria inescapável num contexto de ampla desoneração da folha de pagamento das empresas, investida que é almejada pela equipe econômica para impulsionar a geração de empregos no país.

O ministro da Economia disse que o governo ainda procura uma alternativa à CPMF, para tributar o que ele chamou de transações digitais, feitas pela internet por meio de aparelhos eletrônicos. O governo diz que só assim será possível diminuir a quantidade de tributos que pesam sobre a folha de pagamento das empresas. “A ideia de tributar não só consumo e renda, mas também transações, é uma ideia que nós consideramos desde o início. Nunca foi a CPMF. Sempre foi um tributo sobre transações”, disse Guedes.

(Com Reuters)