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Tesouro ajusta estratégia do PAF e aumenta títulos atrelados à Selic

A mudança foi divulgada hoje junto com o relatório mensal da dívida pública federal, que cresceu 1,02% em julho e atingiu R$ 7,140 trilhões

Por Camila Pati 4 set 2024, 16h44
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  • O Tesouro Nacional atualizou parâmetros do Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública de 2024. A estimativa para o piso e teto da Dívida Pública Federal (DPF) foi mantida entre 7 trilhões e 7,4 trilhões de reais, conforme previsto no início do ano. A mudança foi divulgada nesta quarta-feira, 4, junto com o relatório mensal da dívida pública federal, em julho, cresceu  1,02% em relação ao mês anterior, atingindo  7,140 trilhões de reais.

    No PAF, a novidade está na alteração das metas de composição da dívida, com um aumento da participação de títulos atrelados à taxa Selic. A mudança ocorre, segundo o Tesouro, uma vez que o cenário macroeconômico e, especialmente, o monetário mudou desde o lançamento do Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública de 2024, o que afetou a estratégia. Inicialmente, havia uma expectativa de cortes nos juros pelo FED em 2024, mas essa previsão foi revisada várias vezes ao longo do ano. Essas incertezas influenciaram as curvas de juros e a demanda por diferentes tipos de títulos. 

    No Brasil, a volatilidade reduziu a demanda por títulos indexados à inflação e aumentou a procura por títulos atrelados à Selic, que oferecem maior segurança em períodos de incerteza. Diante dessa mudança, o Tesouro adaptou sua estratégia, emitindo mais títulos indexados à Selic, que têm um prazo de vencimento mais longo e ajudam a alongar o perfil da dívida pública. Esses títulos, que agora devem compor entre 43% e 47% da dívida, acima da previsão anterior de 40% a 44%. 

    A participação de títulos atrelados à inflação foi revista para baixo, de 27% a 31% para uma nova faixa de 25% a 29%. Também houve redução nas expectativas para os títulos prefixados, que devem representar entre 22% e 26%, abaixo da meta anterior de 24% a 28%.

    As projeções para os títulos ligados ao câmbio, assim como as metas de prazo médio da dívida (entre 3,8 e 4,2 anos) e o percentual de títulos que vencem em 12 meses (de 17% a 21%), permanecem inalteradas.

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    De acordo com o Tesouro, a nova estratégia visa adaptar-se melhor às condições de mercado, evitando uma pressão excessiva sobre os preços dos títulos, especialmente durante o último quadrimestre do ano. 

    Em julho, a dívida pública federal apresentou alta de 1,02% em relação ao mês anterior, totalizando 7,140 trilhões de reais. Nesse período, os títulos atrelados à Selic representaram 44,95% da dívida, superando o teto previsto pelo PAF, enquanto os títulos prefixados atingiram 21,33%, abaixo do limite mínimo anterior.

    A demanda por títulos vinculados à Selic, segundo o Tesouro, reflete o aumento da aversão ao risco, alimentada pela volatilidade nos mercados emergentes e as incertezas internacionais. A instituição destacou ainda que questões tributárias e mudanças no comportamento dos investidores influenciaram a menor participação dos títulos atrelados à inflação.

    Por fim, o Tesouro reforçou que a emissão de títulos indexados à Selic tem ajudado a manter o colchão de liquidez, suficiente para cobrir quase oito meses de vencimentos.

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