Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Temporada de ofertas

Com o PIB encolhido, grandes companhias investem em aquisições e fusões, que podem beneficiar o consumidor, antes que o cenário mude e os preços disparem

Por Hugo Vidotto
Atualizado em 4 jun 2024, 15h58 - Publicado em 7 jun 2019, 07h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O noticiário econômico anda movimentado nas últimas semanas — e não só pelo onipresente debate em torno da reforma da Previdência. Digna de nota é também a agitação que vem ganhando corpo na iniciativa privada. O motivo: a entrada das grandes empresas na, digamos assim, temporada de aquisições e fusões do mercado brasileiro.

    arte-empresas-iPhone
    (./.)

    Os exemplos se multiplicam. A Natura anunciou a compra da rival Avon; juntas, elas vão representar a quarta potência mundial do setor de cosméticos. Já a BRF divulgou estar estudando uma fusão com a Marfrig (veja o quadro ao lado). Entre janeiro e abril, foram anunciadas nada menos que 241 transações com tais características, muito acima das 199 ocorridas, em média, no mesmo período nos últimos três anos. “As transações cresceram em todos os setores”, observa Leonardo Dell’Oso, sócio da consultoria PwC, que compilou os números. “Isso indica um movimento que ganha solidez”, acredita ele.

    O recente anúncio de que o PIB nacional encolheu 0,2% no primeiro trimestre do ano e o consequente desânimo geral com as perspectivas para o crescimento da economia em 2019 deveriam, em princípio, sugerir apenas cautela aos investidores. No entanto, o apetite por aquisições e fusões em negócios de extraordinário vulto revela que há outra maneira de enxergar a atual fase do mercado brasileiro. Companhias saudáveis financeiramente entendem que este é o período ideal para ir às compras. Graças ao marasmo econômico, existe uma expressiva quantidade de empresas disponíveis na praça a preços muito inferiores aos que seriam cobrados caso o Brasil estivesse esbanjando crescimento. Várias dessas companhias se tornaram eficientes depois de seguidos cortes de custos nos tempos de vacas magras. Com a aposta na aprovação de uma nova Previdência e a promessa de que, além dela, outras medidas de impacto econômico serão tomadas pelo governo, é razoável imaginar que os ventos favoráveis para quem investir agora comecem a soprar já em 2020. Diante da possibilidade de que, empurrada por esses sinais, a janela de oportunidade de bons preços se feche nos próximos meses, o melhor seria mesmo correr para concretizar negócios. “Em perspectiva, a visão é de que o pior já passou e o futuro será favorável”, diz Bruno Amaral, sócio do banco BTG Pactual.

    Cada caso, claro, tem suas particularidades. A atual disputa travada pelo controle da Netshoes, por exemplo, põe frente a frente uma empresa que quer botar os pés no ramo de artigos esportivos, o Magazine Luiza (última oferta: 93 milhões de dólares), e uma incumbente que pretende se consolidar no mercado, a Centauro (lance de 109 milhões de dólares). Em setores como o de saúde e o de educação, o que move as aquisições é a consolidação de mercado. A Hapvida, que opera planos de saúde no Norte e no Nordeste, garante uma atuação nacional ao adquirir o Grupo São Francisco, concorrente que está no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, por 5 bilhões de reais. No âmbito educacional, a Arco levou o Sistema Positivo de Ensino, do Grupo Positivo, por 1,65 bilhão de reais. Ao buscarem uma fusão, as alimentícias BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão) e Marfrig têm por objetivo ganhar porte para rivalizar com a JBS, a maior do setor em todo o mundo.

    Continua após a publicidade

    Com as compras e fusões, as companhias procuram os chamados ganhos de sinergia: ao eliminarem redundâncias operacionais, reduzem custos; ao costurarem as complementaridades, faturam mais. É uma questão de competitividade — e mercados mais eficientes acabam beneficiando, no fim das contas, os consumidores.

    Publicado em VEJA de 12 de junho de 2019, edição nº 2638

    Continua após a publicidade
    carta
    Continua após a publicidade
    Envie sua mensagem para a seção de cartas de VEJA
    Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.