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‘Temos de treinar pessoas para empregos que nem existem’, diz especialista

Heidi Bridger, chefe de instituição que conecta inovação e treinamento à indústria no Reino Unido, falou em evento de VEJA e EXAME sobre inovação

Por Da Redação
16 Maio 2019, 15h24
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  • Sustentabilidade, veículos autônomos, inteligência artificial, dados. Todos esses temas estão no radar do Catapult Network Governance at Innovate, instituição que faz a ponte na inovação entre inovação, treinamento e a indústria no Reino Unido e esteve presente no Fórum VEJA e EXAME Inovação na Economia Digital, que reuniu especialistas do Brasil e de outros países para discutir inovação na indústria.

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    “Precisamos treinar pessoas para empregos que ainda nem existem”, disse Heidi Bridger, chefe do Catapult no Reino Unido. A questão sobre como treinar os profissionais que atuarão com todos esses temas no futuro e gerar inovação que possa ser aproveitada pela indústria foi debatida no painel Instituições de Ciência e Tecnologia e o Estímulo à Inovação Nacional.

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    Participaram do debate, além de Bridger, Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Holger Kohl, diretor do Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Como fator em comum, as três instituições trabalham fazendo a ponte entre a indústria e instituições de formação e pesquisa.

    Os especialistas lembraram como o trabalho de desenvolver inovação para a indústria é um trabalho conjunto entre setor público e privado. Bridger afirma que, no Reino Unido, há incentivo governamental aos projetos, mas também uma parceria entre institutos como o Catapult para construir inovação que possa ser útil à indústria. Em contrapartida, os empresários pagam pela tecnologia desenvolvida. “É preciso pensar no longo prazo. Parte dos projetos vão falhar no início, mas o resultado tem de ser visto em dez, vinte anos, independentemente da troca de governos”, diz Bridger.

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    O protagonismo também deve ser, em parte, das empresas, apontaram os palestrantes. Lucchesi, do Senai, lembrou que o instituto, inclusive, nasceu quando os industriais brasileiros perceberam que precisavam formar pessoas capacitadas para alavancar o crescimento da indústria nacional. De sua criação, em 1942, até hoje, muita coisa mudou, incluindo as demandas da indústria.

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    O diretor mencionou projetos de inovação feitos atualmente no Senai, como um programa de incentivo a startups, ou um projeto de robô autônomo desenvolvido para a petroleira Shell em institutos de inovação no Senai. Projetos como esse, lembra Lucchesi, podem trazer expertise para áreas de interesse. É o caso de um projeto de desenvolvimento de veículos autônomos para o agronegócio.

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    O retorno da inovação

    E qual o retorno dessas instituições? Kohl, da Alemanha, diz que 1 bilhão de euros investidos pelo governo alemão no instituto, como resultado, gera 18 bilhões de euros em crescimento para as empresas e 4 bilhões de euros de retorno para o governo em impostos.

    Contudo, para que a indústria seja competitiva, o especialista lembra que é preciso focar na velocidade, para que as tecnologias estejam rapidamente acessíveis. É uma tarefa difícil. “E isso é feito com comparação entre governo e indústria, incluindo os sindicatos”, diz.

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    No Brasil, Lucchesi apontou alguns problemas que ainda tornam o investimento das indústrias em inovação lento, como constantes alterações políticas após trocas de governo e uma academia ainda distante da indústria. Há ainda o próprio perfil da indústria brasileira, onde inovar é menos relevante do que desenvolver eletrônicos na Coreia do Sul, por exemplo. “Mas os empresários daqui não têm nenhum preconceito contra a inovação; apenas dificuldade em construir isso”, disse o diretor do Senai.

    Bridger e Kohl lembraram, também, que países como Alemanha e Reino Unido esperam, nos próximos anos, intensificar parcerias de cooperação internacional, inclusive com o Brasil. “A nova indústria precisa de dados e tecnologia, e não podemos fazer isso se continuarmos presos em ilhas”, diz.

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    Para fazer o futuro chegar ao Brasil o mais rapidamente possível, contudo, a saída ainda começa por um pedido básico, lembra Lucchesi. “Que a gente saia do ‘Fla-Flu’ onde estamos e consigamos construir uma agenda de longo prazo em ciência e tecnologia”, completa.

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