Em mais um escrutínio das finanças do governo federal, o Tribunal de Contas da União (TCU) promete tirar o sono do presidente Jair Bolsonaro e de seu novo ministro da Educação, Victor Godoy. O tribunal trabalha em um levantamento das obras paralisadas no âmbito do Ministério da Educação, incluindo os órgãos vinculados à pasta, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O ministro Vital do Rêgo, relator do processo, justificou a iniciativa afirmando que a pasta possui 3,5 mil obras inacabadas, mas mesmo assim autorizou a construção de outras 2 mil escolas, creches e quadras sem previsão orçamentária.
A decisão foi tomada na última sessão do TCU, em acórdão sobre o andamento das ações do governo federal para diminuir o número de obras descontinuadas no país. O relatório original, de 2019, verificou 14 mil construções nessa situação, com prejuízo de 10 bilhões de reais aos cofres públicos, o que gerou uma série de recomendações e determinações. O monitoramento apontou que apenas parte das ações foi cumprida pelo governo federal até o momento.
A decisão vem na esteira da revelação do jornal O Estado de São Paulo de que o país tem quase 7 mil obras paradas, com peso significativo para reformas e construções de escolas, avaliadas em mais de 9,3 bilhões de reais. O então ministro Milton Ribeiro foi demitido depois das revelações do jornal Folha de São Paulo de que ele teria operacionalizado o envio de dinheiro público, do orçamento da pasta, para municípios de pastores que comprariam as emendas.