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Setor de serviços, o maior do PIB, tem 3º ano consecutivo de avanço

Atividades cresceram 2,3% no período, mostrando desaceleração em relação aos 8,3% registrados em 2022

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 Maio 2024, 17h23 - Publicado em 9 fev 2024, 10h08
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  • O setor de serviços fechou o ano de 2023 com alta de 2,3%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta sexta-feira, 9. Esse é o terceiro ano consecutivo de alta do maior setor do PIB, o mais  afetado durante o choque da pandemia de Covid-19. Apesar do resultado anual positivo, a leitura das atividades de dezembro traz sinais de desaceleração na economia. 

    No último mês do ano passado, o setor apresentou crescimento de 0,3%, abaixo do índice de 0,7% projetado pelo mercado financeiro. Na comparação com dezembro de 2022, as atividades encolheram 2%, ante a expectativa de 1,9%. Segundo o IBGE, na comparação do mês contra o mesmo mês do ano anterior, a queda registrada em dezembro foi a mais intensa desde janeiro de 2021, quando recuou 5% em meio à pandemia.

    “Esse é mais um resultado que mostra uma desaceleração de um setor importante da atividade econômica, de maior peso e com dinâmica tendendo a ser mais inercial. No entanto, alguns fatores específicos têm contribuído para sustentar a demanda por serviços. Olhando à frente, nossa perspectiva é que um mercado de trabalho aquecido, a regra de valorização do salário mínimo e a inflação comportada sirvam para contrabalançar essa perda de fôlego”, afirma Igor Cadilhac, economista do PicPay.

    Avanço

    A última vez que o setor de serviços cresceu por três anos consecutivos foi no período de 2012 a 2014, quando acumulou um ganho de 11,3%. No triênio mais recente, de 2021 a 2023, a expansão foi ainda mais expressiva, com avanço de 22,9%.

    Vale destacar, contudo, que esse crescimento de 2,3% observado em 2023 foi o menos intenso da sequência. Em 2021, a alta foi de 10,9%, enquanto em 2022, de 8,3%. “Em 2021 e 2022, houve uma construção de elevada base de comparação, explicada tanto pela retomada do setor após o período de isolamento da pandemia de Covid-19, como, sobretudo, pelos ganhos extraordinários oriundos dos segmentos de serviços de tecnologia da informação e de transporte de cargas. Dessa forma, apresentar expansão sobre dois anos que cresceram substancialmente é algo relevante”, esclarece Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

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    Em 2023, quatro das cinco atividades da PMS tiveram taxas positivas, acompanhadas por crescimento em 55,4% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, destacam-se os serviços de informação e comunicação, com alta de 3,4%, e de profissionais, administrativos e complementares, com expansão de 3,7%. No primeiro, os principais impactos foram do aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de telecomunicações; desenvolvimento e licenciamento de softwares; desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; tratamentos de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na rede.

    Já nos serviços profissionais, administrativos e complementares o resultado foi impulsionado pela expansão da locação de automóveis e dos serviços de engenharia, de cobranças e informações cadastrais, de atividades de intermediação de negócios em geral e de agências de viagens.

    O IBGE também destaca o transporte rodoviário de carga, que influenciou a alta de 1,5% nas atividades de serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. “É um segmento que cresceu, num primeiro momento, na esteira do aumento do comércio eletrônico e que ganhou novos impulsos com a expansão da produção agrícola, na medida em que se cria a necessidade de transporte de insumos, como adubos e fertilizantes, além de operar o próprio escoamento da colheita”, desenvolve Lobo.

    A atividade de serviços prestados às famílias, com expansão de 4,7%, fecha as atividades em expansão. Apenas o setor de outros serviços teve resultado negativo, com queda de 1,8%, impactado pela menor receita vinda de serviços financeiros auxiliares, administração de fundos por contrato ou comissão, corretoras de títulos e valores mobiliários, e administração de bolsas e mercados de balcão.  “O resultado de 2023 seguiu a tendência observada em 2022. Com a retomada pós-isolamento da pandemia, há uma redistribuição da renda disponível das famílias, com redução das aplicações financeiras e aumento do consumo de bens e serviços, que estavam mais represados nos períodos de maior incerteza”, explica o gerente da PMS.

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