O setor de serviços, um dos maiores do PIB, avançou 1,1% em fevereiro de 2023. O dado representa uma recuperação, já que no mês anterior houve uma queda de 3%. Segundo os dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira, 27, as atividades de transportes foram responsáveis pelo maior impacto positivo no setor.
Frente a fevereiro de 2022, os serviços avançaram 5,4%, a vigésima quarta taxa positiva consecutiva. No indicador acumulado no primeiro bimestre deste ano, o volume mostrou expansão de 5,7% frente a igual período de 2022. Já o acumulado dos últimos doze meses foi de 7,8%.
“O transporte rodoviário de cargas, que é o principal modal por onde se deslocam as mercadorias nas estradas brasileiras, segue sendo beneficiado pela demanda crescente vinda do agronegócio, do comércio eletrônico e, em menor escala, do setor industrial, notadamente dos bens de capital e dos bens intermediários, que operam acima do nível pré-pandemia”, explica Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços. Ao todo, o setor subiu 2,3%.
Também se destacaram positivamente em fevereiro os serviços de informação e comunicação (1,6%) e os outros serviços (0,7%). O primeiro teve um ganho acumulado de 2,4% nos dois primeiros meses do ano, enquanto o segundo, após registrar forte retração em janeiro (-8,6%), voltou a crescer.
“Os serviços de tecnologia da informação e o setor de transportes continuam ditando o ritmo dos serviços no país. Os segmentos mais dinâmicos seguem apresentando bom desempenho, enquanto aqueles mais afetados pela pandemia, principalmente as atividades presenciais, já superaram o longo distanciamento que tinham do período pré-pandemia. Em fevereiro, houve uma recuperação de parte da perda verificada em janeiro. A configuração do setor de serviços, portanto, não se altera significativamente nos primeiros dois meses de 2023”, analisa Lobo.
No sentido contrário, serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,0%) e serviços prestados às famílias (-0,7%) exerceram as influências negativas em fevereiro. No caso do primeiro setor, foi o segundo resultado negativo seguido, com perda acumulada de 3,1%. Já o último eliminou parte do ganho (3,5%) registrado nos últimos meses de dezembro e janeiro.
Esta é a segunda divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, além de alterações metodológicas, com o objetivo de retratar mudanças econômicas na sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE.