O senador José Medeiros (PSD-MT) entrou nesta terça-feira com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra as senadoras de oposição que ocupam a mesa do plenário da Casa há cerca de cinco horas. Elas tentam modificar o texto da reforma trabalhista que vai ao plenário hoje, para acabar com a permissão para trabalho de grávidas e lactantes em local insalubre.
A representação de Medeiros conta com a assinatura de 14 senadores, além de sua própria. No documento, o parlamentar pede ao conselho a instauração de procedimento “para verificação de prática de ato incompatível com a ética e o decoro parlamentar.”
Se aceito, em última instância, esse tipo de processo pode levar à cassação do parlamentar.
Para Medeiros, a conduta das senadoras foi “autoritária, ilegal e, acima de tudo, abusiva” porque “extrapola a postura que se espera em ambiente democrático” e “subtrai o direito dos demais parlamentares ao regular funcionamento da Casa e à continuidade dos debates dos projetos da Ordem do Dia.”
O documento pede ao conselho a “aplicação das sanções disciplinares cabíveis” do artigo 7º da resolução 20, de 1993. De acordo com o artigo, as medidas disciplinares possíveis são: advertência, censura, perda temporário do exercício do mandato e perda do mandato.
Um protesto das senadoras de oposição interrompeu a votação da sessão que votaria a reforma trabalhista no plenário do Senado nesta terça-feira. Como elas ocuparam todos os lugares da Mesa Diretora, não havia lugar para o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) se sentar.
Sem conseguir assumir seu lugar, Eunício suspendeu a votação por volta das 12h e mandou apagar as luzes do plenário. Ele disse que a votação será retomada “quando a ditadura permitir”.