O Grupo Sankhya, um dos maiores desenvolvedores de softwares de gestão do país, espera concluir a aquisição de mais uma empresa até o fim do ano. Desde que recebeu um aporte de 425 milhões de reais do fundo soberano de Singapura, o GIC, em 2020, o grupo promoveu uma guinada na estratégia e passou a apostar no crescimento inorgânico para ganhar musculatura. No total, a Sankhya já arrematou oito companhias, sendo três apenas em 2024.
“Acredito que ainda dá tempo de fechar mais uma aquisição”, diz Breno Riether, diretor de estratégia e crescimento do grupo, composto hoje pela Sankhya – a empresa original, focada em softwares de gestão – e pelas oito adquiridas. Riether assumiu o novo posto em agosto. “Para injetar capital no grupo, o GIC nos colocou algumas premissas”, afirma Riether. “Uma delas era acelerar o crescimento por meio de aquisições”.
As compras devem continuar até, pelo menos, o fim de 2025, segundo o executivo. O objetivo é compor um portfólio completo de softwares de gestão. “Não queremos ser a maior empresa do Brasil em nosso mercado, mas sim a mais desejada pelos clientes, por oferecer uma jornada completa”, explica. Com 50 escritórios espalhados pelo país e 2 000 funcionários, a Sankhya pretende alcançar um faturamento de 1 bilhão de reais até o ano que vem.
A última adquirida foi a Vixting, em meados de agosto. Fundada em 2019, a companhia desenvolveu um sistema de gestão de saúde ocupacional. Entre os cerca de 400 clientes, estão empresas como a cervejaria Ambev, a empresa de meios de pagamento Stone e a rede de academias Smartfit. “Nosso foco é utilizar a tecnologia para cuidar das pessoas, para que tenham alta performance”, diz Michel Cabral, fundador da Vixting, e que segue à frente da operação com uma participação minoritária.
“Sempre acreditei no modelo de ‘one-stop-shop’, em que o cliente tem acesso a todas as soluções que precisa em uma única plataforma, e integrar a Sankhya nos permitirá isso”, acrescenta Cabral.
Segundo Riether, um dos princípios da Sankhya é comprar empresas com soluções complementares – e não concorrentes – às soluções que já oferece. Com isso, o grupo também reforça as possibilidades de cross selling, isto é, a oferta de serviços a toda a sua base de clientes, encorpada pelas sucessivas aquisições dos últimos anos. Neste sentido, a gestão de pessoas é uma área com grande potencial de vendas cruzadas, de acordo com o executivo. “No fundo, as empresas são feitas de gente”.